1.12.12

Parece que foi ontem (e foi)



Por Carol grechi

5:00. De Urussanga a Criciúma vim espiando pela viseira do capacete aquele céu estrelado com uma lua redonda me fitando. Um sorrisinho grudado nos lábios. Uma série de boas lembranças, ainda frescas (ui) rodopiando pela mente.

Que noite boa. Me orgulhei ao ouvir o coro dos “de fé” ali em frente ao palco, gritando a plenos pulmões pela banda que tanto custou a vir, mas fez valer a espera a cada a
corde executado com maestria.

Na uma hora que tive pra dormir antes de vir trabalhar, me perguntei por que meus joelhos doíam. Aí lembrei o quanto pulei. A locutora cantou tanto e com tanta vontade, que metade da alma e da voz ficaram por lá. Gás no microfone da rádio, hoje.

Ah, as músicas preferidas que, sim, estavam lá! O carinho, a surpresa na participação do making of do DVD, os momentos a milímetros da guitarra, vidrada no baixo, pulando com a bateria, esticando o pescoço pra ver o teclado, ficando de olhos fechados pra guardar o áudio geral do momento... As olas... O bis... A vontade de que no set list estivessem os quatro CD’s na íntegra...

Obrigada, Vera Loca.

Acho que ainda adormeci com o sorrisinho grudado nos lábios, com os ecos dos últimos acordes e com o perfume do último abraço.

28.11.12

Que venham as novas letras...

Desigual 

Carol Grechi/Eddie Coler (28.11.12)


Abrir os olhos
Com a luz que espia
Levantar, arrastar
Espelho, novo dia

Vestir as roupas
Vestir as caras
Armar o sorriso
Esconder as mágoas

Fazer bonito,
Trabalho perfeito
Voltar pra casa
Sorriso desfeito

Livros, cadernos
Fotografia
No tempo que resta
Academia

Músculos não, idéias
Jornalistas indecisos
Tediosas teorias
É chato, mas é preciso

Pegar a estrada
Pegar no sono
Chegar em casa
Tomar um banho

Deitar sentindo-se
Um ser normal
Só mais um dia
Com tudo igual



Abrir os olhos
Alguém me espia
Sorrindo manhoso
O que eu queria

Vestir as roupas
Cuidar o estilo
Conter o sorriso
Suspiro tranqüilo

Chegar ao trabalho
Cuidar de tudo
Voltar pra casa
Sonhar o futuro

Livros, cadernos
Fotografia
O amor nas palavras
Tecnologia

O som da buzina
Noite de folga
Pequenos detalhes
Abrir a porta

Antes da estrada
Virar a chave
Pegá-lo num beijo
Encostá-lo na grade

Esquecer o mundo
Fugir do escuro
No calor do seu peito
Meu porto seguro




27.11.12

Tarefa de casa

Palavrinhas de uma mente inquieta, especialmente para Eddie Coler.

***

O borbulhar de uma fonte próxima parece levar um pouco de minhas angústias na água que se movimenta num ciclo infinito de repetição.

A velha esperança. Fé em Deus disfarçada de teimosia. De poesia.

Uma brisa repleta de suspiros. Um vento noturno que carrega o tempo para o início de um novo dia.

Na pele o vestígio daquelas mãos macias que se entrelaçam aos meus dedos com precisão.

Me vejo como um reflexo, carente de luz para alcançar a nitidez.

Mãe de minhas escolhas, vagueio num pensamento revolto, como um filho que não obedece.

À luz da noite, me agarro a mais um mistério. Me inspiro no sábio homem que tem por sua lei a dedução.

Hora de escolher a página ao acaso, pra só então adormecer...

Só pra ele.
Só pra sempre.
Só pra mim.

Imaginação.



24.11.12

Corações

Sempre brinco que devo ter mais de um cérebro, pelo tamanho da cabeça.

Mas tenho certeza que tenho mais de um coração.

Tá soando brega? o amor é brega.

Deliciosamente embriagante.

O amor da minha vida (ok, depois dessa Wando jogou uma calcinha do céu) tomou conta do coração principal de todas as formas possíveis. E de lá nunca mais deixo sair.

Aí vieram os corações agregados.

Cada um com um novo amor, amorzade, diferente, exclusivo, às vezes incompreensível.

Mesmo com a confusão interna os suspiros encontram o caminho para inflar meu peito profundamente e acionar meus olhinhos que se fecham devagar.

Entre meus sentimentos e as palavras há um labirinto sem fim.

E quem estiver achando tudo muito doce, que vá chupar um limão! Que hoje eu vou dormir suspirando.

Boa noite.

22.11.12

Dia do músico





Dia do músico é quando ele recebe parabéns por sua arte.
Dia do músico é quando ele está no show e vê estampada nos rostos diante de si a satisfação do público.

Dia do músico é quando um trabalho fica pronto e, finalmente há aquela pausa no que se estiver fazendo, pra ver/ouvir pela milésima vez o resultado final de um empenho prazeroso.

Dia do músico é quando ele se depara com a palavra PROMOÇÃO cobrindo a vitrine da loja de instrumentos musicais.

Cada dia onde houver uma nova composição, um novo show, um novo aprendizado e um novo reconhecimento, será o dia do músico.

Mas vai... Tudo bem... Hoje é o dia de escrever bonito e agradecer aos amigos músicos que fazem valer a existência do nosso par de orelhas...

Parabéns e obrigada! 

Carol Grechi.

Talvez

Ainda sentindo o perfume de alguém que me abraçou. Mas juro que esse mesmo cheiro é de outra pessoa...

Olhos cansados , divagações de sempre...

Sono.

Talvez a paciência acorde no próximo despertar.

21.11.12

Fosco

Morrendo de sono, mas com a cabeça girando após ler As vantagens de ser invisível.

Não me peça pra dizer o que achei do livro. Minha memória literária é seletiva e frustrantemente independente.

Peneira, não esponja.

Mas fiquei pensando na identificação com os personagens, motivo geralmente primordial, mesmo que aparentemente involuntário, pro interesse nesse tipo de leitura.

Me identifiquei em alguns momentos e identifiquei outras pessoas em outros.

Mas fez sentido em muitos sentidos.

Como um grande vidro fosco com alguns pontos nítidos.

E no fim é isso.
Exatamente isso.

19.11.12

Alô, teste

Cansei de brincar de rádio. Minha voz está indo embora quando bem entende. Medo ao abrir o microfone. Perdeu a graça.

Hora de pensar em canetas, clics, edições... e por quê não microfone + imagem?

Hora de deixar de ser medrosa. Não. Hora de deixar de ser cagona mesmo. Acorda, menina! Chama os cachorros! Que estes pelo menos ainda emitem algum som...

Quantos medos sem sentido...

É hora de tropeçar por novos caminhos.

Novos horizontes.

Ser não for isso... O que será?

18.11.12

:-)

O que faz um dia feliz?

O meu hoje foi repleto de sorrisos e cumplicidade.

Aquela companhia confortável que permite ser você mesmo, sem medos, sem restrições.

Um abraço ao descer do ônibus, um perambular aleatório que mesmo sem fazer nada, sempre é repleto de tudo.

Brinquedos falantes que nunca perdem a graça. Pratos de sempre, mas, sempre temperados com novas histórias compartilhadas entre uma garfada e outra.

Sempre. Palavra recorrente. Sorrisos e suspiros recorrentes. Estarão sempre ali.

Um filme que provoca lágrimas em vão e um alívio final com uma pontinha de contrariedade por ter caído no enredo!

Um papai noel saliente, com seu urso polar num amor permanente.

Tantas coisas simples que são inexplicavelmente boas.

Uma ligação, uma voz sonolenta, uma música, uma arteirice.

Um abraço de despedida que traz o conforto de um reencontro breve.

Voltar pra casa sorrindo é bom. Mas voltar pra casa e ver toda a cidade sorrindo...

É um carinho na alma de quem sempre acreditou na garra e na fidelidade de todos os corações pintados de amarelo, branco e preto.

Uma alegria compartilhada, contagiante, inesgotável.

Um beijo ao encontrar o amado. Saber das novidades daqui, contar as de lá. Passear entre as cores da cidade pra sorrir com essa noite repleta de desconhecidos, que, ao som de uma buzina estridente, abrem sorrisos de velhos amigos, agarrando a camisa e as bandeiras que sem falar nada, tornam todos que passam, parte de uma grande e alegre família.

Voltar e descansar. Esticar as pernas e repousar a cabeça que ainda processa tudo o que a memória recolheu.

Abraçar o dono dos meus eternos suspiros e zelar pelo sono dele. Daquele par de olhos verdes é que vem a partitura pra reger meus dias e noites.

Agora repousam em silêncio...

Pra amanhã reinventar nossas novas harmonias.

14.11.12

Meus também

Por Carol Grechi

Sinto e suspiro por sentimentos que não são meus.
Amo tanto que agarro o pacote, me vejo em seu lugar nas esperanças e tristezas que parecem também me pertencer.

Suspiro por um amor que sei que é nosso. Não obedece padrões ou se incomoda com olhares tortos.
Quem não entende, não entende. Mas pra nós... Um "gostar" desse tamanho não precisa de explicação.

Me vejo espectadora de uma história digna dos clássicos romances.
As reviravoltas me consternam. Sinto pelo que não foi do jeito que eu imaginava.

Não quero pular pras últimas páginas...
Os suspiros dobrados deste capítulo me prendem a cada letra... Cada letra e canção que nos recorda algo.

No cenário perfeito, um novo personagem traz uma brisa repleta de esperança renovada.
Intenso e brando. Nova fórmula que me embriaga a cada vírgula do enredo.

Assim como em minha própria história, me perco em algumas vontades.
Difícil desfazer uma ideia para que uma (às vezes melhor) tome seu lugar.

Observo paciente, apaixonada e sorridente.

13.11.12

?

Por Carol Grechi


A mente humana possui caminhos tortuosos que não perdem em nada para o bosque confuso em que habitam os sentimentos.

Certa vez perguntei-me onde nasciam os bons escritores. Nas folhas habilmente encaixadas em máquinas de escrever? Nas penas riscando asperamente os pergaminhos amarelados? Nas canetas Bic esvaziadas em simples cadernos?

Minhas dúvidas estão sendo digitadas em um vidente smartphone. Acho que isto serve como resposta. Não que eu seja uma boa escritora, apensa transformo meus pensamentos em símbolos ordenados que se aproximem de suas essências.

Acho fácil falar bonito. Após uma leitura estimulante meu monólogo mental fica falando bonito por um bom tempo. Um escritor habilidoso desperta meu vocabulário.

Até agora não sei exatamente sobre o que estou falando. Resmungos inaudíveis de pré-sono anunciado pelo peso das pálpebras. Boa noite.

Não. Uma dor de barriga acabou de adiar meu sono.
Nada melhor que um trono pra princesa dos monólogos nonsense.

Princesa? Só se a Fiona.

(Além de não usar o termo rainha, me comparo a um ogro. Psicólogos piram).

Meus olhos já não focam mais. E a correção errônea do smartphone está me irritando.

Até amanhã.
Deixo o silêncio de uma linha em branco pra você.




26.9.12

O que você achou?




Por Carol Grechi

Não adianta, as palavras curtir e compartilhar já viraram expressões que usamos fora da internet, tamanha freqüência com que precisamos delas pra nos expressar.

Quando alguém vem compartilhar algo comigo pessoalmente, numa conversa, concentro toda minha atenção no que a pessoa está dizendo. Aquele teu amigo que gosta muito de determinado assunto e vem todo empolgado te contar algo de novo sobre aquilo... 

Às vezes ele pergunta “sabe aquele filme? Aquele ator? Aquela banda?”
Bah! Quase sempre sou sincera e, se não sei do que ele tá falando, digo que realmente não sei do que ele tá falando. Aí a conversa acaba patinando numa explicação breve pra ver se você lembra logo e pra pessoa seguir com a linha de raciocínio.

 Mas há aqueles momentos em que a pessoa está tão empolgada, que abre um sorriso e pergunta “tu lembra aquele filme tal tal tal?”, e eu simplesmente não sou capaz de desfazer aquela empolgação com um “não”.

Eu confesso. Há ocasiões em que não tenho a menor idéia do que a pessoa ta falando, mas digo “ahã” só pra ela continuar me contando sobre o assunto com a mesma empolgação. Não dá, não consigo interromper aquele falatório tão feliz. Azar o meu se eu não sacar que o ator é o daquele filme ou não, prefiro continuar apenas ouvindo com atenção até a pessoa chegar num ponto final. Aí tento pescar algumas referências como quem não quer nada, pra ver se me acho no assunto... Curtiu? Unlike?

Outra coisa que lembrei agora e tem a ver com isso. Certa vez um amigo me disse que quando ele pergunta a opinião de algo a uma pessoa, um livro, por exemplo, e ela diz apenas “legal, muito massa, etc...”, pra ele é o mesmo que a pessoa não ter lido. Não ter uma opinião definida pra discutir depois sobre o assunto, pra ele isso é empobrecedor.

Eu discordo. No caso de livros e filmes. Há aqueles que te fazem ficar pensativo após a última página/cena. Se te fizeram continuar pensando sobre o assunto após o término, aí sim, teve alguma mensagem que foi importante pra ti, algo com que você se identificou e que gerou toda uma cadeia de pensamentos e opiniões sobre aquele assunto.

Mas há casos em que não. Pelo menos comigo é assim.

O processo de leitura pode ser interessante e prazeroso, mas, nem sempre tenho vontade de recapitular tudo o que li pra definir minha opinião sobre aquilo. Geralmente isso vai acontecendo durante a leitura, mas eu resmungo pra mim mesma quando algo me chama atenção. Não saio escrevendo resenhas profundas a cada ponto interessante.

Consegui fazer uma lista com os livros que li até hoje, comecei na escola e consegui ir atualizando com as leituras que se seguiram.

Dentre os cento e poucos, há títulos que já engatilham minha memória sobre o assunto do livro. Mas há alguns que eu sei que gostei, pois me trazem recordações boas, mas não lembro exatamente do que falam.

Li Dostoiévski pela fama do autor e achei o livro “Notas do subterrâneo” recheado de um humor sarcástico que me agradou. Achei muito louco! Aí quase ouço esse meu amigo falando “ta, mas, e o que mais? Qual foi a mensagem que ele te passou?” e tenho que responder simplesmente pra essa voz fantasma: não lembro. Lembro que achei legal, mas, só. Nenhum discurso filosófico/político. Eu gostei bastante porque me identifiquei com algumas coisas, mas, só.

Minha memória é curta pra livros, acho que depois de uns dois dias eu arquivo tudo que li numa pasta lá fundão do cérebro. Quando eu leio o mesmo livro pela segunda vez (depois de certo tempo da primeira leitura),  tenho noção do básico que vou encontrar, mas o geral já foi pra lixeira. É como se estivesse aprendendo tudo de novo.

O livro Cem anos de solidão, do Gabriel García Márquez, é um que eu adoro. Estou sempre lendo. Eu sei o enredo da história mais ou menos, mas os detalhes sempre me encantam como se fossem novidade.

Mas me recordo que quando eu meu namorado vimos o filme “Um ensaio sobre a cegueira” no cinema, saímos conversando do Criciúma Shopping e caminhamos do bairro Próspera até o centro sem nem perceber (é uma boa "pernada"!), de tão envolvidos na conversa sobre o filme. Rendeu, até hoje rende. Sempre tenho observações a fazer sobre essa história, por mais vezes que eu a assista.

O próprio fato de eu ser jornalista já traz aquele velho estigma de “formadora de opinião”.  Grande ironia, não?

O que tu acha sobre isso?


--

(usei essa pergunta pra encerrar o texto pela gracinha irônica, mas acredito que seguindo meu discurso, a pergunta ecoará eternamente pelo Quarto)

25.9.12

Eu não sei desfilar




Por Carol Grechi

Sabe aquelas meninas que quando estão sentadas são capazes de se levantar com a leveza de uma pluma e de caminhar com a desenvoltura e delicadeza de uma princesa desfilando? Essa não sou eu.

Meu jeito de caminhar é engraçado, no mínimo estranho. Meio que dando uns pulinhos mínimos. Eu sei, eu sei. Se tenho consciência disso por que não ando diferente? Porque quando tento me policiar parece que estou andando segurando um pum (viu, sou delicadinha o suficiente pra escrever pum ao invés de peido).

Meu amigo de trabalho na gravadora da rádio certa vez disse que sou tão legal que sou tipo “um cara com cabelo”. Até hoje não decidi se fico feliz ou não com o que me pareceu um elogio.

Cresci com os pés sentindo o chão, usando AllStar desde a infância. Se uso um tênis com solado diferente já estranho... Agora vocês, queridos leitores (que agora são dois, o Ricardo Chicuta – da casa, e o inspirador literário, Renam Meinem), imaginem então um salto alto. Tenho meu lado atriz, sei manter a pose num salto. Por aproximadamente 20 minutos. Passou disso e meus pés se rebelam gritando de desconforto e eu sumo com os saltos rapidinho.

O que me lembra o vestido cor-de-rosa. Eu tenho um vestido cor-de-rosa. Daqueles de festa. Fiquei toda feliz quando o encontrei, me achei uma princesa no provador da loja! Mas depois que me vi em fotos com ele, nossa relação estremeceu. Não gostei. Não mesmo. Tá errado, tá estranho. Princesa fajuta. Barbie de 1,99.

Eu simplesmente não entendo as meninas que estão sempre lindas. Elas existem! Já vi alguns exemplares... Podem ter acabado de sair do meio do furacão Catarina, do meio de um show lotado e abafado... Mas estão lá, sempre com cabelo impecável e maquiagem estática. Do mesmo jeito que saíram de casa. Podem amarrar o cabelo, dar um nó, raspar a cabeça, sair de pijama, que estarão sempre lindas.

Só podem ser alienígenas...

E agora chego ao meu ponto contraditório. Sou sensível até dizer chega. E mais um pouco ainda. Na hora da fabricação esbarraram nos jarros com as emoções e sensibilidades e eles caíram inteirinhos no caldeirão com meu nome.

(me imaginei sendo fabricada por uma bruxa, então? Derivada do quê? Uma sopa? Que viagem...).

Sou uma menininha muito sensível.

Só porque não faço as unhas toda semana? (cutículas de filme de terror, enxergam as manicures e começam a sangrar).

Só porque não uso calça coladinha? (eu ia falar calça knorr, mas há a possibilidade de meus dois leitores não sacarem a referência). Até comprei uma calça dessas pra caminhar no Parque das Nações, tá ali na gaveta. (A gaveta tá caminhando que é uma beleza, já perdeu 3 kg).

Falo besteira sim, falo que é massa pra ****lho! Falo que é *oda! Ouço rock, quero aprender a tocar a maioria dos instrumentos que vejo, uso Allstar, geralmente meninos tem mais assuntos em comum comigo do que meninas, tenho mais amigos do que amigas...

Choro de saudade, abraço minha almofadinha de estimação antes de dormir, quero fazer aula de dança de salão, me sinto pelada sem meus pequenos brinquinhos nas orelhas, quando encontro a caixa das Barbies me pego trocando as roupinhas - a maioria eu que fiz, pobrezinhas das Barbies...

Mas eu sei onde tudo isso começou. One simple idea. Hoje é tudo muito claro.

Eu tinha 12 anos e cortei meu cabelo bem curtinho, porque queria igual ao da Xuxa.

Aí estava brincando na frente de casa quando uma senhora parou pra conversar com a prima da minha mãe. Então a ouvi perguntar: “e esse gordinho, de quem é?”

Reparei que ela tava olhando pra mim.
Sério.

Hoje eu diria assim pra véia: Com esse bigode aí tu é mais guri que eu.

Mas na época foi algo assim: “Eu sou menina! Não tá vendo a tiara, os brincos e a blusa rosa??”

Ela resmungou algo sobre o cabelo. Pelo tamanho do coque debulhado que ela carregava no topo da cabeça e pelo saiote infinito, agora eu entendo. Na época não.

A véia me confundiu com um guri! VSF! Chorei a tarde toda de raiva, rezando pro meu cabelo crescer durante a noite, enquanto eu dormia.

Vale dizer também que naquela mesma época teve festa junina na escola e eu tive uma crise capilar nervosa severa, pois com aquele comprimento de cabelo não poderia ir pra festinha usando trancinhas. #XuxaFail #Morrediabo

Então, sou legal tipo um cara com cabelo.
E sensível tipo uma menininha de 6 anos.

Não vivo sem meu shampoo, meu condicionador e meu secador de cabelos.
Não vivo sem meu aparelho de mp3.
Não vivo sem meu creme para o rosto, para as mãos e minhas maquiagens.
Não vivo sem minha calça jeans. (No singular mesmo, emagreci e só sobrou uma que me serve).

Último Allstar adquirido: 97 reais. (há meio ano, mais ou menos)
Quantidade de perfumes e cremes (em uso) dentro do guarda-roupas: 15
Gasto em livros e revistas este mês: em média 20 reais.
Gasto em salão de beleza este mês: 0 reais.

Fazer auto-análise de graça no blog: Não tem preço.





Ah, vá! Que é de graça e não tem preço?! Não, né?! Não vai acabar o texto com esse clichezão de propaganda de cartão de crédito, né? Tanto mimimi pra acabar assim? Porra, tu já escreveu melhor hein?!

É que fazia tempo que não escrevia... Sempre me perco nos finais... Não fala assim... Não fala... Assim... Eu sempre me esforço e... E... Daí às vezes não dá... Aí... Aí... buáááááááá... Sua insensível...

--

Agora sim.

24.9.12

Volte sempre




Por Carol Grechi

Até onde minha memória alcança, sempre gostei de viajar de ônibus. Não me refiro ao circular de Novo Hamburgo, os amarelinhos de Criciúma ou a Viação Cidade - Arroio do Silva/Araranguá. Falo de pegar um ônibus pra outro estado ou então, aqui mesmo em SC, só que pra mais longe... Sozinha, então... Bah! Mais expectativa ainda por entregar a passagem, subir o primeiro degrau e procurar o meu lugar entre os numerozinhos luminosos.

Umas boas horas de música garantidas no mp3 (sim, ainda não tenho smartphone, tragam os pregos e a cruz) e um lugar na janela. Com isso viajo bem mais que os km podem contar.

Lembro de vir pra Santa Catarina de ônibus, eu e minha mãe, nas férias de verão.

Como as pilhas do walkman não duravam o suficiente para repetir a fita k7 dos Mamonas Assassinas, a pobre da Dona Neusa vinha jogando “mundo animal” comigo o caminho todo (aquele jogo em que temos que falar nomes de animais iniciados com determinada letra). Imagino a paciência dos demais no ônibus ouvindo o duelo interminável. Eu hoje me mandaria dormir no segundo “muuuundo a ni... maal!”. Mentira. Me irrito em silêncio. Me livraria do vozerio infantil apenas virando pro lado e aumentando o volume nos meus fones de ouvido.

Claro que a graça de ir pra Porto Alegre é parar no 86 pra esticar as pernas e reclamar do preço das coisas. E a graça de ir pra Floripa, logicamente, é ver a ponte Hercílio Luz dando boas vindas enquanto o ônibus contorna as bandeiras gigantes ilhadas naquele laguinho perto do terminal Rita Maria. Que sempre chamo de Maria Rita antes de cantarolar “o trem que chega é o mesmo trem da partiiiiida...”

O bom de viajar sozinha é simplesmente aproveitar aquelas horas pra ficar de boa, vendo a paisagem, curtindo as musiquinhas...

O ruim é não ter alguém pra te dizer que você está dormindo com a boca aberta (e geralmente babando) há algum tempo. Ou ter que ir no banheiro e deixar a bolsa sozinha. Mal dá pra se segurar em pé em banheiro de ônibus, levar a bolsa junto, então...
Xixi no pé é pouco.

E ainda o velho medo de quem sentará ao seu lado.

(   ) Um senhor tagarela que ignora seus fones e puxa assunto reclamando que esqueceu o remédio da pressão, resmungando sobre doenças e falecidos o caminho todo, enquanto você balança a cabeça e diz “pois é”, “complicado” e “aham”.

(   ) Uma criança que não conseguiu lugar ao lado da mãe e que passa o caminho todo comendo Cheetos bola, limpando o nariz no estofamento da banco e te encarando pra ver se você olha. Meu modo pacífico vira pra janela e a ignora. Mas se ela der o azar de me encarar naquela semana do mês... Devolvo o olhar com a mesma intenção (e com a minha melhor cara de má) até ela piscar e sair resmungando “manhêêê...”

(   )  Qualquer pessoa, de qualquer gênero e idade, que esteja com odores desagradavelmente invasivos.

(   )  Uma outra pessoa com fones de ouvido e/ou livro, que lhe cumprimenta com um sorriso e coexiste em harmonia até que o ônibus chegue ao seu destino.


A última opção é um presente que o acaso lhe dá, derivando da sua escolha de empresa de ônibus, horário escolhido e destino da viagem. Não tão raro pra ser tipo Mega Sena. Mais pra Quina...

Hum... viajei tanto no texto que perdi o ponto pra descer na parte certa onde ele se encerra. Vou puxando a cordinha por aqui mesmo. Tenho que pegar o Vila Zuleima, que deve estar saindo do terminal central de Criciúma nesse momento.

Continuamos a conversa depois...

Mas a janela é minha.

20.9.12

Olhares castanhos, estranhos sinais


Por Carol Grechi



Baseado em uma história (quase) real

***
O sono era tão forte que as tarefas agendadas para aquela tarde pareceram perder a urgência. A tempestade castigava a casa com o vento e do céu escuro vinham as  gotas que batucavam no vidro da janela.  Com a promessa de que iria apenas deitar um pouco para descansar, ela adormeceu.

***
Lara se viu correndo por uma floresta, rodeada pelos tons de um outono com temperatura agradável. Foi reduzindo a velocidade ao entrar em uma grande clareira, com casas rústicas formando um complexo de pousadas em meio à natureza. Uma mulher de meia idade com credenciais penduradas nas mãos lhe reconheceu enquanto lhe entregava uma.

- Achei que tu não vinhas. Tu és do jornal, não?
- Sim. – Respondeu a garota ainda recuperando o fôlego, enquanto estendia o braço para apanhar o crachá de imprensa.

Caminhando com curiosidade, aproximou-se de um pavilhão de madeira que ocupava uma grande extensão a sua direita. Chegando à porta viu umas sete pessoas, todos jovens e conversando, indiferentes aos dois homens que entravam no local. Eram eles a razão de ela estar ali.

Aproximou-se com uma folha em branco e uma caneta em mãos, olhando para o primeiro que entrava.
- Um autógrafo, Gues?!
Dos olhos azuis ela recebeu um sim, mas, o produtor que vinha logo atrás sentenciou um não ao apressar o músico para que entrasse. Logo adiante vinha ele.
- Dek, um autógrafo, por favor...
Os olhos castanhos que ela tanto conhecia demoraram-se nos dela.
- Tem muita gente... – respondeu se desculpando. A frase pareceu ter certa comicidade, levando-se em conta que o “muita gente” referia-se as indiferentes sete pessoas em volta.
- Mas só eu estou te pedindo. – Lara sabia ser teimosa.

 Um sorriso contido começava a brotar no canto esquerdo dos lábios dele enquanto começava a escrever algo na folha em branco. O produtor lançou um olhar de urgência pela porta. Dek a encarou com uma expressão indefinível e a segurou pelo braço com delicadeza, conduzindo-a para dentro do local junto com ele.

Algumas mesas de madeira estendiam-se ao longo daquele salão rústico, com bancos compridos, também de madeira. Gues estava sentado sozinho na ponta de uma das mesas. Dek sentou ao seu lado e convidou Lara a se acomodar em frente a eles.

Começaram a conversar sobre música e sobre o local, uma conversa com risadas, agradável e natural.
Dek fitava Lara com uma intensidade desconcertante.  Um meio sorriso sempre nos lábios.
- Tu te lembras dela nos shows? – Perguntou a Gues que brincava com uma palheta entre os dedos.
- Hummm... Não... – respondeu em tom de desculpas enquanto Lara sorria.
- Eu lembro.

Apenas essas duas palavras fizeram os batimentos cardíacos da menina dobrarem de velocidade, impossível refrear os efeitos daquele olhar repleto de mistério e cumplicidade.

Com a boca seca, Lara olhou para Gues e enumerou os shows em que havia ido, as cidades e as situações em que haviam se visto. Sentindo um desconforto de talvez estar sendo inconveniente, ela perguntou se eles ficariam por mais algum tempo ali. Gues respondeu que sim e lhe convidou para lhes fazer companhia até irem embora.

Ela olhava para Dek e não conseguia parar de sorrir. Os músculos da face já estavam em cãibras e nos olhos brotavam pequenas lágrimas de satisfação.
- Ainda não acredito que finalmente estou conversando contigo. – Disse a ele meio sem jeito.
As mãos que tanto ela admirava, dominando com maestria as cordas de guitarras e violões, as mãos que um dia lhe entregaram uma palheta após uma canção, essas mãos avançaram por sobre a mesa e lentamente seguraram as suas. O toque macio veio acompanhado de um sorriso com ares de ternura. Para a surpresa dela o contato não se desfez, ao invés disso ele acariciava suavemente a pele clara de sua mão, com o dedo polegar desenhando retas contínuas e ternas.
- Obrigada mais uma vez... Não sabe quanto tempo eu esperei por esse dia. – Ela ainda conseguia falar com a voz falhando.

Dos lábios dele, veio a tradução do que olhos diziam a ela desde que haviam entrado no local.
- Como dizer não com esses teus olhos, com esse teu jeito todo charmoso de olhar... ?

Ela sentiu na hora. Sentiu o clima se tornando mais palpável entre eles. Sentiu a pele arrepiar e a confusão tomar conta de seus pensamentos. Pensou em Fred, seu namorado, e teve a certeza de que jamais o trairia. Olhou para as duas esferas castanhas e brilhantes que ela tanto conhecia, dos DVDs, da televisão, dos shows... Sempre soube que se entendiam pelo olhar, mesmo sem terem trocado uma única palavra. Aqueles olhos agora estavam ali, lhe sorrindo com ar de marotos...

A vontade de realizar um desejo até então platônico e a fidelidade para com seu amor... Ali, lado a lado, brigando por um espaço em sua mente confusa e dividida.
Alguém da produção chamou Dek à porta, ele largou as mãos dela devagar, sempre sorrindo com ar travesso, e se dirigiu à entrada do salão.

Lara baixou os olhos para a o local em que a pouco ele acariciava. Suas mãos ainda guardavam o calor dele. Ao levantar os olhos, deparou-se com a imensidão azul do olhar de Gues, com um sorriso de compreensão e consolo.
- Eu percebi a tua hesitação, te entendo, sei o que tu estás sentindo. Também sei o que tu vais escolher. – Disse indicando com a cabeça a aliança de prata na mão direita da menina. – Deixa que eu vou falar com ele.

Saíram os três, acompanhados por um integrante da equipe de produção, para desbravar o local. Era lindo, com folhas secas dançando e farfalhando com o vento levemente frio. Riam das mesmas piadas, entendiam-se sem falar, um desfrutando da companhia do outro. Mas Lara ainda sentia o calor nos olhos de Dek. Entendeu o que ele ainda queria.

Entraram em uma casa grande, também de madeira, como tudo ao redor. Dois andares, escadas bonitas, quartos enormes. Ficaram em um deles, que ocupava quase metade do segundo andar. Gues brincava com o rapaz da produção, alguma implicação quanto a times de futebol, pois entre as risadas nenhum dos dois desistia de zombar do outro. Lara acompanhava a teimosia de ambos e ria... Feliz de estar ali.
Ela desviou o olhar do embate futebolístico e seus olhos pousaram na cena que jamais lhe sairia da cabeça. Dek estava deitado em uma das camas do quarto, uma cama enorme com um edredom branco, alvíssimo. Em contraste com o fundo claro ela podia ver com ainda mais nitidez a cor de seus olhos, que acompanhados de um sorriso tão branco quanto a coberta da cama, lhe diziam muitas coisas.
Aqueles olhos estavam lhe convidando. Lhe provocando. Mais uma conversa sem palavras, algo que os dois entendiam desde o primeiro show em que se viram.

Uma agonia tomou o peito da menina. O peito, a mente, a respiração... Tudo pareceu descompassar. Naqueles segundos em frente à cama, percebeu que estava tremendo. Não conseguia pensar direito, só de imaginar...

Com uma dorzinha latejando no peito (e em vários outros lugares do corpo) ela sabia que não seria capaz de dar um passo a frente. Fred era quem amava, nunca nem sequer pensou em traí-lo, tão abominável e estúpida lhe parecia a idéia. Agora estava ali, naquela “prova de resistência” silenciosa.
Depois de alguns minutos que pareceram durar uma eternidade, ele levantou-se e sorriu ainda mais ao passar a centímetros dela.

Ainda riram mais um pouco da interminável discussão entre Gues e o amigo, que davam voltas na conversa e acabavam parando novamente no duelo de seus times. Dek ainda olhava Lara com ares de carinho, parecendo se conformar com a situação de “quer, mas não quer”... Seus olhos se demoraram alguns segundo na aliança dela, e ao fitar mais uma vez aqueles lábios fartos, nariz pequeno e olhos negros de cílios longos, ele piscou devagar e balançou a cabeça lentamente, como que compreendendo.

Na hora de se despedirem, em meio ao bosque e às folhas sépia, Gues abraçou Lara com carinho, e disse que havia se divertido muito na companhia dela, adorou as conversas e adorou conhecê-la.
Enquanto isso a alguns metros, Dek pegou um pequeno spray em seu bolso e borrifou em si mesmo disfarçadamente. Quando Gues afastou-se de Lara, ele veio em direção a ela, ainda com aquela intensidade muda.

Dek aproximou-se bem de Lara e lhe envolveu em um abraço apertado e acolhedor. Ela ficou anestesiada com o perfume que ele colocara, o cheiro parecia lhe prender, revirava seus sentidos. Ela teve consciência do calor “a mais” naquele abraço que nenhum dos dois interrompia. Poderiam ficar ali, num ciclo eterno de troca de sentimentos que não precisavam ser pronunciados ou explicados.

Com as pernas meio bambas ela precisou de muita força e determinação para afrouxar o abraço e encará-lo mais uma vez. Aqueles olhos... Atravessaram-na e lhe falaram com uma voz doce que só ela podia ouvir, em um lugar que só ele tinha acesso, em algum lugar guardado na mente de Lara. O que ele disse ficou gravado ali, mesmo após o sonho ir se diluindo, tornando as imagens mais fracas e o rosto de Dek mais distante.

***
Ela abriu os olhos lentamente, acordando com um sentimento confuso, aliás, com vários...
Queria não ter acordado tão cedo, ainda podia sentir os acordes do perfume que lhe embriagou. Lembrou do quanto se divertiu com Gues e, do calor daquele último abraço com Dek, apertado e demorado, lento na medida certa... Com mil intenções...

Lembrou-se do carinho em sua mão, do clima que a atordoava, dos olhos que a queriam e sorriam zombando... Dizendo que sabiam dos sentimentos dela, sempre souberam...

Mas acima de tudo, ela lembrou-se de como tinha certeza de que, um intenso momento que desejava não era o suficiente para vencer a vontade de passar a vida inteira ao lado do homem que amava. O futuro pai de seus filhos, quem lhe ensinou as maravilhas e as dificuldades de se amar alguém...

Voltou ao momento mais decisivo do sonho, onde teve a certeza de que não conseguiria fazer nada, uma certeza tão grande que logo cortava o “e se...”.

“E se” ela tivesse sentado ao lado de Dek, lá deitado, sorridente e provocante, na cama branca?
Sua imaginação não conseguia ir adiante. Só havia um espaço vazio após esse “e se...”.

O amor de verdade competiu em sonho com o “amor” de mentira... E venceu.

Ela sempre soube que seria assim.
No mundo real seu amor era indiscutível... Inabalável.

No mundo dos sonhos, alguns bons momentos já eram o suficiente.

***

10.7.12

Histórias de Daza - 1,2,3... Gravando!

Por Carol Grechi

27 de janeiro de 2007. Você lembra o que estava fazendo nesse dia?

Eu também não me lembraria, só sei porque minha adolescência foi registrada em 2006 e 2007 por agendas/diários (ó a caneta nervosa da jornalista).

Na noite de 27 de janeiro de 2007 eu fui ao meu primeiro show do Dazaranha, no Resumo, Arroio do Silva.

Fernando, violinista, escreveu lá no final da agenda: “Carol, querida, esperamos que tenhas gostado do teu primeiro show do Daza, e que não seja o último! Beijos, Fernando”


Acho que entendi o recado. Dia 22 de junho de 2012 foi meu 20º show do Daza.
Nesses cinco anos de companhia, teve um show que... Aliás, teve um “pós show” que eu me lembro exatamente de todos os detalhes. Voltei pra casa correndo com um sorriso no rosto, vendo o céu azul e o Sol nascendo, tentando me convencer de que era tudo verdade.

Acho que esse show foi lá por 2008.

No camarim, após aquele vuco-vuco de entra e sai, foto pra lá, autógrafos pra cá... Ficaram somente os “de fé” (como diz mestre HG). E lá no cantinho estava um violão. Perguntei: “E aí? Não sai um som?”
Alguém me estendeu o violão e perguntou: “tu toca?”

Falei: “um pouco”.

Olhando pra banda ali em volta só me veio uma música na cabeça, clichezão, mas foi. Comecei a tocar e cantar “vagabundo confesso”, com o Chico me vendo tocar, Adriano balançando a cabeça, Fernando olhando e Gazu sentando ao meu lado pra cantar também.

Depois o violão foi pro Moriel e ele perguntou se eu queria tocar uma música nova pra ele cantar. Me ensinou os acordes e fiquei tocando enquanto tentava decorar a letra. Algo como “lá vem ela na barca das seis, com a roupa de ficar em casa...”

Depois (é, a noite foi longa) o pessoal foi saindo e ficamos eu, o violão, Fernando e Adriano. Fernando disse pra eu tocar uma música que eu gostasse. Toquei pinhal. A acústica do camarim tava muito legal, minha voz milagrosamente saiu certinha depois de uma noite cantando alto no show todo e falando direto ali no camarim, etc... Achei que a essa altura estaria rouca, mas não, deu td certo.

Quando acabei veio a seguinte cena:

Adriano estava ao meu lado, inclinado pra frente na cadeira branca de plástico, prestando atenção a cada acorde. Fernando estava em minha frente, sentado com a cabeça escorada na parede do camarim.

- Tu compõe também? – perguntou o violinista.
- Sim, tenho umas músicas guardadas...
- Hum... E tu nunca pensou em gravar nada?
- Bah, pensar eu pensei né! Hehe... Mas não tenho dinheiro, demorei um monte pra conseguir comprar meu violão...
- Hum...

Adriano olhava pra mim, eu olhava ora pro violão preto ora praqueles pensativos olhos de um verde escuro que me encanta até hoje.

- Tá... É o seguinte... Lá em Floripa o Daza tem um estúdio, e a gente pode usar também pra fazer trabalhos paralelos, de produção e tal...  Eu gostei da tua voz, bem afinadinha, e tu também toca legal... Se eu falasse pra ti que eu posso produzir duas músicas tuas, sem cobrar nada, tu iria pra Floripa pra gravar?

Adriano ainda me olhava, agora sorrindo em silêncio.

Eu pisquei algumas vezes, tentando fazer a cabeça trabalhar mais rápido pra entender o que ele havia dito, mas tava difícil... Eu? Gravar? No estúdio do Daza? De graça? Floripa?

Falei:
- Nossa... Claro! Claro que sim, vou sim... Bah, claro que sim...
- Então tá certo, vou te passar o telefone do estúdio e do nosso produtor, pode ligar depois de amanhã pra gente ver certinho.

Bom, agradeci uma trocentas vezes... E dá pra imaginar a confusão na minha memória depois disso né? Lembro que antes de ir embora (o dia já nascia) Fernando contou pros dazaranhos que ia me produzir e entre os “ah, que massa”, “legal”... Moriel me abraçou e perguntou:

“tá mas tu torce pra quem? Figueira ou Avaí?”
Olhei praquelas caras esperando a resposta e já ensaiando uma reação... Bah! Certo que devia ter torcida dos dois na banda. Espertalhona, me safei com a verdade:
“Cricúma, é claro”
Heheha,aí veio de todos os lados: “Ah, tá... porque se fosse figueira..”, “ãn, ãn, e se fosse mais uma avaiana, ah não..” , “é, é, o Tigre ainda vai..”  
Dei tchau pra todos e saí pra manhã que nascia no Arroio do Silva.

Quando cheguei em casa contei tudo pra mãe (que sempre acorda quando eu chego) , meio atravessada, meio fora do ar... Depois que dormi fiquei com medo de que tivesse sonhado tudo, ou que os ares do público no show tivessem alterado minha memória.

Mas lá estava o telefone anotado, e lá fui eu ligar. E lá fui eu à lan house inúmeras vezes mandar letras, gravações, imprimir recomendações, opiniões, alterações...

 Em 08 de novembro de 2008 peguei um ônibus e lá me fui pra Floripa. Esperei o Fernando em frente à UFSC, e depois de alguns minutos desconfiando de cada carro que parava, lá veio ele. Fomos direto pro apartamento dele, conheci a patroa Jana e seus dotes culinários ! Que almoço bom...  Conheci os dois felinos da casa, que não lembro os nomes, mas sei que eram engraçados...

  E depois do almoço, da sobremesa, de ouvir “dia lindo” em primeira mão (com direito à cômica interpretação do Fernando sobre a história da música) finalmente fomos às gravações!

Violões primeiro, de Pinhal (da Cidadão Quem, que a foi mesma que toquei lá no camarim, lembra?) e de Anjo Mortal, a música que o produça escolheu dentre as que eu mandei.

Depois vinha a voz (ganhei um chocolate da Jana, mas nada de comer antes de gravar a voz, ¬¬ nhé). Gravamos algumas vezes, alguns pedacinhos de gengibre surgiam pra ajudar o gogó... E lá estava o “morango do bolo” segundo o Fernando, que não gosta de cereja.
Na real só faltava gravar voz e violão, com as bases que eu havia mandado ele já tinha feito tudo, guitas, baixo, batera, violinos...

Me mostrou o “rascunho” de como ia ficar, perguntou se queria mudar alguma coisa, adicionar, remover, enfim... Só comentei que havia gostado muito de um rif que ele havia feito na Pinhal, aí ele anotou pra lembrar na hora da finalização... Fora isso o que mais eu poderia dizer? Hehe, tava tudo perfeito!

Só fiquei devendo a visita ao estúdio do Daza, porque não ia dar tempo. Gravamos tudo no estúdio na casa dele. Recepção além do que eu imaginava... Tudo muito massa!

Nas semanas que se seguiram o produça ia me atualizando via e-mail de como estavam as coisas, até me mandar a “pinhal com intro master” e “Anjo mortal master”. Bah! Será que ouvi repetidas vezes, o dia inteiro? Hehe

Quando eles vieram pra mais um show no Resumo, ele me entregou os CDs com tudo certinho, e disse: Agora é contigo!

 Hehe, que massa...  Ele havia mostrado os sons pro pessoal da banda, aí de vez em quando vinha um me dar parabéns e falar que tinha curtido... Surreal, até hoje.

A Pinhal tocou uma vez na rádio Som Maior, no programete do Everaldo João, (dono do Resumo) onde ele também falou de mim e contou a história da gravação antes de tocar a música. O Fernando havia mostrado os sons pra ele e disse que o Everaldo tinha curtido mais a minha versão da Pinhal do que a da Cidadão. AUEAUEHAUHE  Fala sério, surreaaaaal!

(Curta as duas músicas aqui: myspace.com/carolgrechi )

A Anjo mortal tocou um tempo na Transamérica (força do monstro Bebel!). Será que eu dava uma de “filhos de Francisco” e ligava todo dia do orelhão (mudando a voz e o nome, é claro) pra pedir a música?
Fiz bastante acústicos aqui no Arroio, Araranguá e Criciúma. Toquei na faculdade também, onde o pessoal dava a maior força =)

Faz tempo que não componho, espero que não demore a voltar essa “luz” que me descia às 4 da manhã, trazendo as letras inteiras, ou pedaços de idéias...

Eras isso! Essa é a minha história de amor com a música e com o Dazaranha, em breve virão outros causos e histórias engraçadas desses quase cinco anos. Valeu, Daza. Valeu, Fernando Sulzbacher (meu eterno produça! E agora paizão do Bernado, mazá!o/). Obrigada a todos que de alguma forma me ajudaram e incentivaram, lembro de cada um.

A porta do quarto tá aberta, voltem sempre!
beijundas 

1.2.12

Acústicos e Valvulados







Por Carol Grechi

Sexta-feira, 13 de janeiro de 2012. Em Balneário Gaivota, no Sul de SC, a chuva caía incessantemente. Às vezes de forma branda, com aquela preguiça de leve garoa. Às vezes com violência, fazendo percussão nos telhados das casas.

O pequeno Balneário, saturado de "ai se te pego" e "tchê tchererê tchê tchês", naquela noite de chuva recebeu a banda Acústicos e Valvulados.

A praia é tão pequena que quando o tecladista da banda, Luciano Leães, escreveu no Facebook que eles já estavam no hotel, respondi que se eu fosse na rua e desse um berro talvez eles ouvissem. Em seguida o guitarrista Alexandre Móica respondeu um divertido "berra aí!".

Eu dei risadas enquanto tentava decidir a roupa da noite, nada como a letra da música "Vício", do CD Grande Presença. Não tenho muitas roupas e nem de marca. Mas tenho no mínimo duas "roupinhas de domingo" e isso já é o suficiente pra causar indecisão.

Apesar de ser praia fui de casaco e calça comprida, tava friozinho (pra mim). Cheguei lá e a gurizada com roupa de verão. Fuén fuén fuén.

O mistura Tropical é um lugar bem bacana, um ambiente legal, "bons lugares pra se descansar o olhar" como disse uma vez Humberto Gessinger num extra de DVD.

O primeiro lance da sexta-feira 13 foi a chuva, que já vinha de quinta, quarta, etc. ... E acabou refletindo na quantidade de público do show. Tinha bastante gente, mas não estava lotaaado, lotado, como acho que ficaria em tempo seco. O bom é que os que estavam ali eram realmente os "de fé" (citando HG mais uma vez), dispostos a ignorar o clima chuvoso e a distância do centro até o local.

A banda não enrolou muito pra subir ao palco (obrigada por isso!), "A espera" foi na medida certa. Mas logo na primeira música a uruca da sexta-feira 13 caiu sobre o pobre Diego Lopes. O baixo do meu colega jornalista simplesmente emudeceu. Ele passou a "Agora", música que abre o album Grande Presença, de braços cruzados num cantinho do palco. Na boa, aquilo me deu uma dorzinha.

Mas logo em seguida já tava tudo ok outra vez e a "chalaça" (como diz o Malenotti) seguiu sem problemas. "Suspenso no espaço" e "Até a hora de parar" vieram com aquele gás de sempre! Me acostumei tanto em ver e ouvir o DVD/CD acústico que confesso ter estranhado um pouco as guitarras. Na minha cabeça ainda tocavam os violões. Mas olhava pro Dani e pro Móica e dava de cara com as guitarras! "O truque já aconteceu" veio embaladinha, do Grande presença também. Curtir som de CD novo no show é sempre uma experiência legal.

Cara, confesso que boiei um pouco na "Feche os olhos". Não conhecia essa música! Menos 10 pra mim na tarefa de casa! Agora fui pesquisar e vi que a canção é do álbum Acústicos e Valvulados, de 1999 (o segundo da banda), fiquei meio perdida porque tenho o Acústicos e Valvulados II, de 2001.

As companheiras de CD da “Feche os olhos” são ninguém menos que “Quem me dera”, “Bubblegun”, “ O dia D é hoje", "Fim de tarde" e "Até a hora de parar". Foi legal conhecer uma das humildes num CD com tantas que viraram estrelas.

Uma das músicas que eu mais estava esperando no show em Gaivota, era a "Céu da noite". Que música gostosa! Uma das que já ganharam clipe do Grande Presença. Curto muito as músicas mais poéticas que saem da mente do baterista e compositor P. James. Que me acostumei a chamar de "Pê", se tento chamar de Paulo parece que não estou falando dele...

A "Céu da noite" traz aquele romantismo leve, história bem contada que bem poderia ser a de quem ouve... Curto muito a voz do Rafa Malenotti nos sons mais românticos, cai certinho, a rouquidão que dá o gás nas agitadas, nessa fica acariciando os tímpanos com delicadeza.

Na sequência do setlist veio "o dia D é hoje", cláááássica! E bom, clássico é clássico e vice e versa e veça e virse! Em seguida "A minha cura" (que na minha cabeça também ainda tocava ao som de violões) e "Você não vai gostar", outra que me fez dar uma engolida tipo "glupt, só lembro mais ou menos dessa". Outro menos 10 pra mim!

Enquanto ouvia fiquei remoendo na memória com "quase certeza absoluta" (como diria o CD da Cartolas) de que o som era do Grande Presença. Eu ficava matutando "mas é!", "mas não é!", "mas é!", "mas não é!"...

E no fim não era mesmo, agora enquanto estou escrevendo o Google matou minha dúvida cruel. Quer dizer, acabou de aumentar a dúvida. Diz que é do CD, mas no meu não tem. Ou me comeram uma música do CD ou o Google está mentindo (não pode!!). Mas afinal, é ou não é?

Por favor, aguarde no texto enquanto a internet móvel tenta me ajudar. Sua leitura é muito importante para nós! A Revista Cooltura possui uma grande variedade de... blém!

Pelo que entendi saiu na onda do Grande Presença, com clipe e tudo, mas não entrou no CD. Alguém aí me confirma?

Depois dessa veio "Milésima canção de amor", cara que música bonita. Lembra a onda romântica que falei antes? Então... Essa eu curto em qualquer versão, na original, na acústica, na guitarra... Mas a minha versão preferida é a do quarteto de cordas, esse som saiu há bastante tempo, se não me engano não está em nenhum CD. Mas é linda pra caramba, violinos, violões... Coisa mais linda.

Vou linkar o nome da próxima música com uma situação típica de show. Sabe quando fica um bebum pedindo música toda hora? Então, nessa sexta-feira 13 a Dona Uruca trouxe um bebum COM UMA GAITA DE BOCA pedindo música toda hora. Encarnou que queria que o Rafa tocasse a tal da gaita numa das músicas, e o beduíno albino, querido como sempre, esperou o intervalo entre duas canções pra chegar na beira do palco, segurar a mão do figura e perguntar "mas qual é o tom da gaita? tu sabe? eu não me lembro".

O tio da gaita aparentemente mais pra lá do que pra cá, não parecia captar a mensagem recebida. Continuou resmungando os pedidos e dando umas assopradelas na harmônica de vez em quando...

Aí qualquer vivente "sai do sério" né! Esse som foi cantando pelo Móica, que há tempos vem dividindo os vocais com o Rafa. O som é do Grande Presença também e tem um gás dos bons! Recomendo o CD solo do Móica pra quem quiser curtir mais cantorias dele, baita CD. "Eu já sei onde isso vai dar" entrou a milhão!

Na sequência quem assumiu o microfone foi o baixista Diego Lopes, na sonzeira "Lucille", de Little Richard. Baita música, Dieguito levou o som na classe enquanto pilotava seu baixo.

Um detalhe que não posso deixar passar despercebido (mostrando que não fico só nos elogios), foi a qualidade do áudio que vinha pro público. Não sei se o retorno pra banda tava massa e o problema era só pro lado de cá, se tava ruim pros dois lados, ou se era "culpa" da casa, do Almir, da Dona Uruca... Sei que em algumas músicas o som ficava tipo "sujo", meio bagunçado, difícil de ouvir as vozes, principalmente as dos outros microfones que não o principal... E infelizmente Lucille foi uma delas ( pelos menos aos meus ignorantes ouvidos). A uruca sempre vem encostar nos jornalistas né Diego? Barbaridade! P. James (que também é colega de profissão), sentiu a nhaca do dia 13 em alguns momentos nos microfones da batera, que volta e meia saiam do lugar. Se a Bruxa do 71 estivesse no show certamente falaria "Satanáááss? é você Satanáás?"

Logo em seguida Rafa voltou ao microfone com a belíssima "Quintal". Sonzeira ! "Bubllegun" fez a galera dar aquela dançadinha desajeitada, mas inevitável. A levada da música faz o corpo a seguir, aí fazer o quê se não seguimos de forma visualmente atraente né!?

"Cara de pau" foi mais uma embalada do Grande Presença, antes do mestre das telcas Luciano Leães soltar a voz em "Great balls of fire", de Jerry Lee Lewis. Já vi o moço tocar bateria muito bem, canta, domina as teclas de pianos e Hammonds como se fosse a coisa mais simples do universo, tem uma sensibilidade incrível pra fotografia e, cá entre nós, meninas, não é nada desagradável de se olhar (que o namorado não me leia).

Será que tá bom?

O som cantado por ele tava foda! Pena que a nhaca do som "engruvinhado" ainda pairava pelos ouvidos do público no lado de cá do palco. Mas os sorrisos lá de cima compensavam qualquer pequeno desconforto.

"O nome dessa rua" deu mais aquele tchan! "Fim de tarde" provocou olhares saudosos e sorrisinhos supirosos. Além de mãos estendendo celulares, para que a pessoa no outro lado da linha curtisse o som ao vivo também. Imagino a reação delas quando o Rafa se abaixou e cantou direto nos aparelhos.

E encerrando a noite "Remédio" deixou seus últimos "ahá-ahás" ecoando pelo público fiel. Como boa esperançosa que sou, fiquei esperando o bis. A galera entoou o "mais um, mais um". Mas neca. Microfones começaram a ser recolhidos e pra garantir chamei um moço do palco e perguntei "acabou mesmo, não tem bis?", "acabou", disse ele. Fiz beicinho. Bis sempre é bom.

Olha, se alguém falar que os Acústicos e Valvulados não atenderam no camarim ou foram de alguma forma desrespeitosos com o público, tá falando de outra banda.

Pra não rolar camarim, só se não existir o camarim, o espaço físico. Mesmo assim sempre rola uma atenção aonde der, na porta do ônibus, na rua... Enfim, deu pra sacar né?

O camarim dessa sexta da Uruca estava repleto de cadeiras de plástico, convidando a galera a se acomodar.
Um aparelho de som mandava as trilhas sonoras lá de uma mesinha de canto. Abraços e sorrisos, fotos e autógrafos não faltavam. Algumas Polar e Heinekens pra lá, várias águas pra cá...




E até um desafio de basquete! Um dos funcionários do local é cadeirante e sempre desafia os músicos convidados numa competição de arremessos. Lá estava o Rafa, acompanhado por sua simpática "patroa" (que também achei muito linda, por sinal, um belo casal), que também era só sorrisos. Rafa sentou numa cadeirinha daquelas de madeira e palha, preparou o arremesso e... Lá foi a bola! Pra fora! Não lembro quantas tentativas eram pra cada um, acho que cinco, mas o moço do bar venceu o moço do rock!

Acho que dá pra terminar a história dessa chalaça com as despedidas, repletas de abraços de verdade (não aqueles de "social"), sinceros agradecimentos de ambos os lados, muitos "boa viagem" e "voltem logo" e "que bom te ver"...

Papas da Língua vai ter que me emprestar uma de suas canções pra eu poder encerrar e descrever que, na manhã de sábado, 14 de janeiro de 2012, "O dia amanheceu em paz" em Balneário Gaivota. Que o bom rock volte sempre.

Esqueci de dizer que:

*
Em algum momento do show o Rafa me deu sua palheta! Branquinha, com "Acústicos e Valvulados" e "Machete tour" escrito em vermelho. Ele me entregou e falou: "Mas eu já vou te pedir de volta". Me senti super importante. Dá licença, to guardando a palheta pro vocalista, ham-ham... Tocou mais alguns sons e olhou pra mim estendendo a mão. Devolvi sorrindo e, depois da música a palheta voltou pra mim com a frase "agora ela é tua". Senti a inveja me fuzilando de alguns olhares que também estavam próximos ao palco. Fazer o quê né meu povo? Faz de conta que a sensação não é legal.
* Em algum momento do show o Móica tirou o cinto e começou a dar uma surra na guitarra
*Paulo Grebim, vocalista da banda Paranóicos Latentes, cantou uma música com os Acústicos!








*Publicado também em  http://www.revistacooltura.blogspot.com/ - Acesse!! =D

11.1.12

Twitcam Simples de Coração - 1Berto Gessinger

Rancho de amor à Ilha - Dazaranha

Sonzeira! música cláááássica sobre Floripa, linda pra caramba!

Agora ainda mais massa numa versão do Daza em homenagem ao som e ao autor, o poeta Zininho!



Filmagem, ediçao e finalizaçao por: John Pimenta

Gravado no Estúdio Pimenta do Reino, em Floripa!