25.3.10

Mais vivas do que nunca



Carol Grechi

Este verão que passou foi legal. Tardes bacanas, dias bonitos e quentes. Muito quentes. E nesses dias, pra quem mora ou veraneia no Arroio do Silva, a solução é um belo banho de mar, certo? Já que o Caverá (parque aquático) é meio que inalcançável para quem não tem carro (quem não tem levanta a mão! \o/), o negócio ir para o querido e gratuito Atlântico.

Pra não ficar de bobeira dentro d'água, que por sinal teve seus dias de caribe, verdinha e deliciosamente limpa, comprei uma prancha. Mas não essas grandonas de pessoas que sabem nadar e vão lá pro fundão, não, não, aquelas de isopor mesmo. Como a água estava morninha e limpinha, todo dia eu e meu pedaço de isopor amarelo, íamos rumo ao mar.


Acontece que quando a água fica morna assim, não só os humanos gostam de dar uma nadada. As queridas e cabeçudas águas-vivas (ou mãe d'água, como queiram) também adoram a água quentinha, e ficam meio bravas quando tem muita gente dividindo espaço com elas. Não sei quem é o predador da água-viva, mas acho que na outra encarnação eu devo ter sido um, porque neste verão elas resolveram acertar as contas com as minhas canelas.


No mês de fevereiro foram quatro queimaduras, e bem distribuídas, duas na perna direita e duas na esquerda. Era só começar a pensar o quanto a água estava boa, boiando na minha prancha, que uma meleca esponjosa passava queimando a minha pele. Eu, sempre bem educada com estas gosmeiras aquáticas em questão, mandava-as tomar na boca. Sendo que esta criatura possui a boca e o anus no mesmo lugar, como podemos ver no desenho ilustrativo (e educativo) acima.


A primeira vez foi a pior (epa). Saí mancando e praguejando aquelas bolhas marinhas cabeçudas e seus tentáculos cruéis. Quem me via apoiada no ombro do meu namorado até achava que eu tinha vindo da guerra, com um ferimento gravíssimo, pela cara de sofrimento que eu estava aparentando. Mas é que dói mesmo. Perguntamos pra um salva-vidas e ele disse pra lavar com água doce e passar vinagre. Ótimo, além da dor eu ia ficar fedendo a salada. Nas outras três vezes eu já sabia o que fazer, mas doeu do mesmo jeito.


Agora em março a água já está mais turva, o tempo ainda não decidiu se esfria ou esquenta e não tem mais aquele povaréu todo. Fui caminhar esses dias na praia, quase ninguém, só aqueles tufos marrons na areia, (que parecem cabelo) que eu acho que se desprendem da plataforma no Morro dos Conventos (que então deve estar ficando careca). Perto de um destes tufos, tinha uma água viva morta na areia (hehe). Passei por ela e não pude evitar um sorrisinho. =)

O mundo dá volta, queridas, inclusive na água.

23.3.10

I'm back - diria aquele outro..

Carol Grechi
(Escrevi este texto há algum tempo. Fiquei em dúvida se publicava ou não. Pensei que parecia muito "GuriaApaixonadaPeloDuca'. Mas quer saber? o cara é a minha inspiração musical mesmo, isso é fato. Então folder-se as possíveis interpretações erradas do texto a seguir.
Lá vais! - Como faz bilênios que não atualizo a joça aqui, acho que não afetará grandes nações ¬¬).
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Eita!

Natal legal, ano novo bacana... Agora é hora de tirar a poeira do blog.
Pra começar vou de levinho, narrando a histórinha de um poeminha (que bonitinho ¬¬).

Fui pra Balneário Gaivota num sábado, 9 de janeiro. Queria ver o Pouca Vogal lá, Duca Leindecker (Cidadão Quem) e Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawai). Descobri o mundo da música através do DVD da banda Cidadão Quem. Pensei que o Duca tocava violão com tanta naturalidade que, quem sabe se eu começasse a aprender, um dia chegaria a tocar quase como ele. Comprei um violão, 1 mês depois de decorar o DVD da Cidadão de trás pra frente e vice e versa e vece e virse.

Frederico Leindecker foi pra casa comigo no dia 11 de março de 2006. Esse é o nome do meu violão, o Fred. Desde lá ainda to aprendendo e ainda não toco quase como o Duca Leindecker.

Mãs, um dia quem sabe..
Pois então, não podia perder esse show né?

Fui derretendo num ônibus da União que não abria a janela e não tinha ar condiconado. Eu ainda fui ver se tinha água lá atrás, perto do banheiro. Hehe. Menina ingênua. Levantei a tampa do freezer (se é q podemos chamar assim) e tinha só um espaço vazio olhando pra mim. Fiquei com medo de cair lá dentro e me perder naquela solidão, como na Banrimochila.

Então derreti no caminho e chegando em Sombrio, derreti mais um pouquinho. Olha que a rodoviária de lá é forte concorrente pra de Araranguá hein. No quesito depressão, elas tão pau e pau. (Não tais ligado? clica aqui.)

Então chegou meu primo para irmos pra casa da nossa vó, na praia da Gaivota. Apesar de ter nascido em Sombriolândia, era bem provável eu me perder na Gaviota, então fomos juntos.
Blz, café da vó, violão rolando e tal... Sorvete(s) antes do show... (uns 3 potes mais ou menos) e fomos pra lá.

Ah pois é.
Distância da casa da vó até o "Mistura Tropical": 1Km.

Eu caminho 20 metros e fico sem ar.
Eu caminho 10 metros e fico sem ar.
Caminhamos 1 km.
Ninguem dava carona (e é claro que a gente não praguejou os carros que passavam, dizendo que eles furariam o pneu e tal... Claro que não, imagina).

Chegando lá, me bateu um aperto intestinal de ordem interna e selvagem.
Sorte o "toalete" não ser dos piores, tinha até papel higiênico. Tirando isso e a dor nas costas e pernas, tava perfeito!

Comi gelo seco como nunca antes, percebi que o Humberto é um tanto quanto autista durante o show, babei nos solos do Duca, desejei uma cadeira mais do que nunca e sorri alegrements!

Após o término (que chique) fomos para a porta do camarim. E provando que existe transporte à velocidade da luz, eles já tinham ido para o hotel. Eu e meu primo achamos uns troncos parecidos com bancos, perto da porta do camarim e sentamos. Que alívio. (Sem malícia, né povo ¬¬).

Na sequência saiu um cara do camarim e nos disse, mais uma vez, que eles já haviam ido embora. Respondemos que só estavamos descansando mesmo. Vai ver ele achou que eu estava esperando o Humberto sair de uma passagem secreta na parede.

O cara tinha um ar simpático, cabelos crespos e compridos amarrados pra trás e uma facilidade em conversar sobre qualquer coisa. Não perguntamos o nome dele, mas isso foi um detalhe. Ouvimos histórias engraçadas e ganhei uma palheta do Pouca Vogal. o/

Saímos dali e fomos pro Dazaranha, que estava tocando num local ali perto, caminho do 1 km até a vó. Mas a saga da finaleira do Daza, fica pra outra vez. To com dor nas costas (ainda) e muito sono (ainda). Então é isso.

Pouca Vogal - fase 1 - completed.


Aí estão aqueles versinhos que falei lá no início:

Eu fui

Eu fui
Eu caminhei 1 Km pra ir
Eu esperei 3 horas de pé depois de ter caminhado 1 km pra ir
Eu me arrepiei quando entraram no palco
Eu sorri quando percebi que além de ouvir, eu ficaria uma hora na frente do Duca
Eu olhei, e disse muito, mas sem falar
Eu acho que não fiquei num monólogo, porque jamais vou esquecer aquele olhar
Eu chorei, porque ouvi eles dizerem que, se alguém ja me deu a mão e nao pediu mais nada em troca, que eu penssasse bem, porque foi um dia especial
Eu lembrei de todos que me deram a mão em tempos de água, e não pediram nada em troca
Então chorei mais um pouco
Então sorri feito louca
Então decorei cada imagem e movimento
Então tranquei todas no pensamento
Eu tirei fotos de baixa qualidade, com um celular de dar dó
Eu fiquei feliz ao perceber que três fotos ficaram decentes
Eu fiquei feliz por naquele momento eu estar finalmente presente
Eles cantaram e nós cantamos tão alto que me assustei
Eles viraram três quando o Luciano chegou (e o quince também)
Eles suavam e nós idem
Ele me olhava
Talvez tenha gostado do chapéu
Talvez tenha entedido os olhares meus
Talvez tenha lido o que eu quis dizer
Talvez é muito vago, vai saber...
O que eu não disse com palavras
O que eu mandei por outro meio
Foi o amor sem culpa ou malícia
Que através da música veio
Um amor que admira, que distantemente existe
Que é inocente e valente, e ao tempo, firme resiste
Uma noite especial
Uma noite pra toda vida
Sem camarim nem conversa, nem ao menos despedida
Somente a imagem gravada, pra sempre na minha lembrança
Aquele olhar que entendia...
O meu amor de criança.

Carol Grechi - Eu fui - 11/01/10