28.11.12

Que venham as novas letras...

Desigual 

Carol Grechi/Eddie Coler (28.11.12)


Abrir os olhos
Com a luz que espia
Levantar, arrastar
Espelho, novo dia

Vestir as roupas
Vestir as caras
Armar o sorriso
Esconder as mágoas

Fazer bonito,
Trabalho perfeito
Voltar pra casa
Sorriso desfeito

Livros, cadernos
Fotografia
No tempo que resta
Academia

Músculos não, idéias
Jornalistas indecisos
Tediosas teorias
É chato, mas é preciso

Pegar a estrada
Pegar no sono
Chegar em casa
Tomar um banho

Deitar sentindo-se
Um ser normal
Só mais um dia
Com tudo igual



Abrir os olhos
Alguém me espia
Sorrindo manhoso
O que eu queria

Vestir as roupas
Cuidar o estilo
Conter o sorriso
Suspiro tranqüilo

Chegar ao trabalho
Cuidar de tudo
Voltar pra casa
Sonhar o futuro

Livros, cadernos
Fotografia
O amor nas palavras
Tecnologia

O som da buzina
Noite de folga
Pequenos detalhes
Abrir a porta

Antes da estrada
Virar a chave
Pegá-lo num beijo
Encostá-lo na grade

Esquecer o mundo
Fugir do escuro
No calor do seu peito
Meu porto seguro




27.11.12

Tarefa de casa

Palavrinhas de uma mente inquieta, especialmente para Eddie Coler.

***

O borbulhar de uma fonte próxima parece levar um pouco de minhas angústias na água que se movimenta num ciclo infinito de repetição.

A velha esperança. Fé em Deus disfarçada de teimosia. De poesia.

Uma brisa repleta de suspiros. Um vento noturno que carrega o tempo para o início de um novo dia.

Na pele o vestígio daquelas mãos macias que se entrelaçam aos meus dedos com precisão.

Me vejo como um reflexo, carente de luz para alcançar a nitidez.

Mãe de minhas escolhas, vagueio num pensamento revolto, como um filho que não obedece.

À luz da noite, me agarro a mais um mistério. Me inspiro no sábio homem que tem por sua lei a dedução.

Hora de escolher a página ao acaso, pra só então adormecer...

Só pra ele.
Só pra sempre.
Só pra mim.

Imaginação.



24.11.12

Corações

Sempre brinco que devo ter mais de um cérebro, pelo tamanho da cabeça.

Mas tenho certeza que tenho mais de um coração.

Tá soando brega? o amor é brega.

Deliciosamente embriagante.

O amor da minha vida (ok, depois dessa Wando jogou uma calcinha do céu) tomou conta do coração principal de todas as formas possíveis. E de lá nunca mais deixo sair.

Aí vieram os corações agregados.

Cada um com um novo amor, amorzade, diferente, exclusivo, às vezes incompreensível.

Mesmo com a confusão interna os suspiros encontram o caminho para inflar meu peito profundamente e acionar meus olhinhos que se fecham devagar.

Entre meus sentimentos e as palavras há um labirinto sem fim.

E quem estiver achando tudo muito doce, que vá chupar um limão! Que hoje eu vou dormir suspirando.

Boa noite.

22.11.12

Dia do músico





Dia do músico é quando ele recebe parabéns por sua arte.
Dia do músico é quando ele está no show e vê estampada nos rostos diante de si a satisfação do público.

Dia do músico é quando um trabalho fica pronto e, finalmente há aquela pausa no que se estiver fazendo, pra ver/ouvir pela milésima vez o resultado final de um empenho prazeroso.

Dia do músico é quando ele se depara com a palavra PROMOÇÃO cobrindo a vitrine da loja de instrumentos musicais.

Cada dia onde houver uma nova composição, um novo show, um novo aprendizado e um novo reconhecimento, será o dia do músico.

Mas vai... Tudo bem... Hoje é o dia de escrever bonito e agradecer aos amigos músicos que fazem valer a existência do nosso par de orelhas...

Parabéns e obrigada! 

Carol Grechi.

Talvez

Ainda sentindo o perfume de alguém que me abraçou. Mas juro que esse mesmo cheiro é de outra pessoa...

Olhos cansados , divagações de sempre...

Sono.

Talvez a paciência acorde no próximo despertar.

21.11.12

Fosco

Morrendo de sono, mas com a cabeça girando após ler As vantagens de ser invisível.

Não me peça pra dizer o que achei do livro. Minha memória literária é seletiva e frustrantemente independente.

Peneira, não esponja.

Mas fiquei pensando na identificação com os personagens, motivo geralmente primordial, mesmo que aparentemente involuntário, pro interesse nesse tipo de leitura.

Me identifiquei em alguns momentos e identifiquei outras pessoas em outros.

Mas fez sentido em muitos sentidos.

Como um grande vidro fosco com alguns pontos nítidos.

E no fim é isso.
Exatamente isso.

19.11.12

Alô, teste

Cansei de brincar de rádio. Minha voz está indo embora quando bem entende. Medo ao abrir o microfone. Perdeu a graça.

Hora de pensar em canetas, clics, edições... e por quê não microfone + imagem?

Hora de deixar de ser medrosa. Não. Hora de deixar de ser cagona mesmo. Acorda, menina! Chama os cachorros! Que estes pelo menos ainda emitem algum som...

Quantos medos sem sentido...

É hora de tropeçar por novos caminhos.

Novos horizontes.

Ser não for isso... O que será?

18.11.12

:-)

O que faz um dia feliz?

O meu hoje foi repleto de sorrisos e cumplicidade.

Aquela companhia confortável que permite ser você mesmo, sem medos, sem restrições.

Um abraço ao descer do ônibus, um perambular aleatório que mesmo sem fazer nada, sempre é repleto de tudo.

Brinquedos falantes que nunca perdem a graça. Pratos de sempre, mas, sempre temperados com novas histórias compartilhadas entre uma garfada e outra.

Sempre. Palavra recorrente. Sorrisos e suspiros recorrentes. Estarão sempre ali.

Um filme que provoca lágrimas em vão e um alívio final com uma pontinha de contrariedade por ter caído no enredo!

Um papai noel saliente, com seu urso polar num amor permanente.

Tantas coisas simples que são inexplicavelmente boas.

Uma ligação, uma voz sonolenta, uma música, uma arteirice.

Um abraço de despedida que traz o conforto de um reencontro breve.

Voltar pra casa sorrindo é bom. Mas voltar pra casa e ver toda a cidade sorrindo...

É um carinho na alma de quem sempre acreditou na garra e na fidelidade de todos os corações pintados de amarelo, branco e preto.

Uma alegria compartilhada, contagiante, inesgotável.

Um beijo ao encontrar o amado. Saber das novidades daqui, contar as de lá. Passear entre as cores da cidade pra sorrir com essa noite repleta de desconhecidos, que, ao som de uma buzina estridente, abrem sorrisos de velhos amigos, agarrando a camisa e as bandeiras que sem falar nada, tornam todos que passam, parte de uma grande e alegre família.

Voltar e descansar. Esticar as pernas e repousar a cabeça que ainda processa tudo o que a memória recolheu.

Abraçar o dono dos meus eternos suspiros e zelar pelo sono dele. Daquele par de olhos verdes é que vem a partitura pra reger meus dias e noites.

Agora repousam em silêncio...

Pra amanhã reinventar nossas novas harmonias.

14.11.12

Meus também

Por Carol Grechi

Sinto e suspiro por sentimentos que não são meus.
Amo tanto que agarro o pacote, me vejo em seu lugar nas esperanças e tristezas que parecem também me pertencer.

Suspiro por um amor que sei que é nosso. Não obedece padrões ou se incomoda com olhares tortos.
Quem não entende, não entende. Mas pra nós... Um "gostar" desse tamanho não precisa de explicação.

Me vejo espectadora de uma história digna dos clássicos romances.
As reviravoltas me consternam. Sinto pelo que não foi do jeito que eu imaginava.

Não quero pular pras últimas páginas...
Os suspiros dobrados deste capítulo me prendem a cada letra... Cada letra e canção que nos recorda algo.

No cenário perfeito, um novo personagem traz uma brisa repleta de esperança renovada.
Intenso e brando. Nova fórmula que me embriaga a cada vírgula do enredo.

Assim como em minha própria história, me perco em algumas vontades.
Difícil desfazer uma ideia para que uma (às vezes melhor) tome seu lugar.

Observo paciente, apaixonada e sorridente.

13.11.12

?

Por Carol Grechi


A mente humana possui caminhos tortuosos que não perdem em nada para o bosque confuso em que habitam os sentimentos.

Certa vez perguntei-me onde nasciam os bons escritores. Nas folhas habilmente encaixadas em máquinas de escrever? Nas penas riscando asperamente os pergaminhos amarelados? Nas canetas Bic esvaziadas em simples cadernos?

Minhas dúvidas estão sendo digitadas em um vidente smartphone. Acho que isto serve como resposta. Não que eu seja uma boa escritora, apensa transformo meus pensamentos em símbolos ordenados que se aproximem de suas essências.

Acho fácil falar bonito. Após uma leitura estimulante meu monólogo mental fica falando bonito por um bom tempo. Um escritor habilidoso desperta meu vocabulário.

Até agora não sei exatamente sobre o que estou falando. Resmungos inaudíveis de pré-sono anunciado pelo peso das pálpebras. Boa noite.

Não. Uma dor de barriga acabou de adiar meu sono.
Nada melhor que um trono pra princesa dos monólogos nonsense.

Princesa? Só se a Fiona.

(Além de não usar o termo rainha, me comparo a um ogro. Psicólogos piram).

Meus olhos já não focam mais. E a correção errônea do smartphone está me irritando.

Até amanhã.
Deixo o silêncio de uma linha em branco pra você.