Por Carol Grechi
Mais uma vez comprovando a minha falta de memória para comigo mesma (ã?) esqueci de pegar a história da “Morte ao S”, que eu comentei na última crônica e que talvez publicasse na próxima (no caso esta). Ê bagunça!
Pensei em milhares de coisas, do meu vídeo-game Dynacon (aquele que vinha com uma arminha pra matar uns patos no joguinho) à minha fita de vídeo do filme do Máscara, que me encantava pelo simples fato de ser verde. Então decidi escrever sobre livros. É, nada a ver com os pensamentos anteriores.
O primeiro livro com mais de 100 páginas que li foi Harry Potter e a Pedra Filosofal, quando eu tinha 12 anos. Depois que me acostumei com os “tijolos” seguintes do Harry Potter (Cálice de fogo - 584 páginas, Ordem da Fênix – 704 páginas... e por aí vai) me desanimam os livros “finos”. Quando ganhei os HPs, eram os únicos livros que eu tinha. Literalmente não parei de ler. Pelas minhas contas foram mais ou menos 36 as vezes em que li a sequência dos 4 primeiros livros da série. É, me interna!
Um cara que eu gosto muito do texto e continuo lendo repetidas vezes é o colombiano Gabriel García Márquez. “Cem anos de solidão” pra mim é o melhor, mas “O amor nos tempos do cólera” e “Memórias de minhas putas tristes” também são demais. O texto dele parece tão natural, vai fluindo como se já fosse um velho amigo do meu par de olhos.
A trilogia “O tempo e o vento”, do Érico Veríssimo, também me marcou bastante. Achei os livros escondidinhos na então mirrada biblioteca da minha escola, lá no Arroio do Silva. Foi uma das melhores histórias que pesquei entre os infinitos livros da Barsa e as pilhas de gastos livros infantis. A trilogia começa com O Continente, depois O Retrato e O Arquipélago. Só em relembrar já me deu vontade de ler de novo. Muito massa!
Quando quero ler alguma coisa no estilo comédia romântica, vou pro livros da Marian Keyes: Melancia, Férias!, Sushi, Casório?!, É Agora... ou Nunca, Los Angeles, Um Best Seller pra Chamar de Meu, Tem Alguém Aí? e o tal Cheio de Charme que saiu ano passado e eu ainda não li. O Texto dela me dá vontade de escrever e justamente por isso acho que é um dos que mais influencia o meu. Outra autora que vai na mesma linha é a Meg Cabot, curto bastante os seis livros da série A Mediadora. E sim, vou para o inferno dos intelectuais porque já li a série Diário de Princesa, que também é dela.
Pra tentar levantar minha moral outra vez, posso ir pro lado do jornalismo literário e dizer que o Rota 66 do Caco Barcellos e o Hiroshima do John Hersey também estão entre os tops da lista. No texto de jornal curto bastante o estilo do David Coimbra e, não à toa, meu TCC foi sobre ele, mais precisamente sobre A influência da literatura no texto jornalístico. Recomendo a reportagem especial do David sobre as FARC, foi nela que baseei minha análise (ó, falei bonito!). Dá pra ler no Blog dele, assim como as crônicas, que também alimentam a minha inspiração.
A música é outra que me atrai na literatura, os dois livros do Duca Leindecker (Cidadão Quem/Pouca Vogal) estão na fila do repeteco lá na estante de casa: A casa da esquina e A favor do vento. Juntamente com o Pra ser sincero e o Mapas do Acaso do Humberto Gessinger. Outro massa é Os insones, do Toni Belotto.
Minha mais recente fonte de cobiça é um livro que fala sobre aquela série que eu gosto, e que me proibi de falar o nome nas crônicas pra não ficar chato. É O guia oficial de House (ops, falei), do Ian Jackman. Também a ficção O vendedor de armas, do Hugh Laurie. Até ia comprar pela internet, mas, com a greve dos carteiros sabe-se lá quando eu os veria em casa.
Aliás, comprei uma agenda toda bacanuda pra 2012, pela internet. Comprei um dia antes de começar a paralisação nos correios. Ê sorte! Hoje recebi o link pra rastrear a compra e ... Ainda está em Porto Alegre. ¬¬. Espero que chegue antes de janeiro.
Era isso, té semana que vem com a Morte ao S (se eu lembrar). Pra embalar o findi curte aí um trecho do Cem anos de Solidão:
“Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo. Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores, dava a conhecer os novos inventos. Primeiro trouxeram o ímã. Um cigano corpulento, de barba rude e mãos de pardal, que se apresentou com o nome de Melquíades, fez uma truculenta demonstração pública daquilo que ele mesmo chamava de a oitava maravilha dos sábios alquimistas da Macedônia. Foi de casa em casa arrastando dois lingotes metálicos, e todo o mundo se espantou ao ver que os caldeirões, os tachos, as tenazes e os fogareiros caíam do lugar, e as madeiras estalavam com o desespero dos pregos e dos parafusos tentando se desencravar, e até os objetos perdidos há muito tempo apareciam onde mais tinham sido procurados, e se arrastavam em debandada turbulenta atrás dos ferros mágicos de Melquíades. "As coisas têm vida própria", apregoava o cigano com áspero sotaque, "tudo é questão de despertar a sua alma." José Arcadio Buendía, cuja desatada imaginação ia sempre mais longe que o engenho da natureza, e até mesmo além do milagre e da magia, pensou que era possível se servir daquela invenção inútil para desentranhar o ouro da terra. Melquíades, que era um homem honrado, preveniu-o: "Para isso não serve." Mas José Arcadio Buendía não acreditava, naquele tempo, na honradez dos ciganos, de modo que trocou o seu jumento e um rebanho de cabritos pelos dois lingotes imantados”
Crônica publicada dia 23/09/2001 na página 6 do jornal Diário de Notícias.
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