30.9.11
Brilha, brilha, estrelinha...
23.9.11
Livros + livros + livros +livros...
Por Carol Grechi
Mais uma vez comprovando a minha falta de memória para comigo mesma (ã?) esqueci de pegar a história da “Morte ao S”, que eu comentei na última crônica e que talvez publicasse na próxima (no caso esta). Ê bagunça!
Pensei em milhares de coisas, do meu vídeo-game Dynacon (aquele que vinha com uma arminha pra matar uns patos no joguinho) à minha fita de vídeo do filme do Máscara, que me encantava pelo simples fato de ser verde. Então decidi escrever sobre livros. É, nada a ver com os pensamentos anteriores.
O primeiro livro com mais de 100 páginas que li foi Harry Potter e a Pedra Filosofal, quando eu tinha 12 anos. Depois que me acostumei com os “tijolos” seguintes do Harry Potter (Cálice de fogo - 584 páginas, Ordem da Fênix – 704 páginas... e por aí vai) me desanimam os livros “finos”. Quando ganhei os HPs, eram os únicos livros que eu tinha. Literalmente não parei de ler. Pelas minhas contas foram mais ou menos 36 as vezes em que li a sequência dos 4 primeiros livros da série. É, me interna!
Um cara que eu gosto muito do texto e continuo lendo repetidas vezes é o colombiano Gabriel García Márquez. “Cem anos de solidão” pra mim é o melhor, mas “O amor nos tempos do cólera” e “Memórias de minhas putas tristes” também são demais. O texto dele parece tão natural, vai fluindo como se já fosse um velho amigo do meu par de olhos.
A trilogia “O tempo e o vento”, do Érico Veríssimo, também me marcou bastante. Achei os livros escondidinhos na então mirrada biblioteca da minha escola, lá no Arroio do Silva. Foi uma das melhores histórias que pesquei entre os infinitos livros da Barsa e as pilhas de gastos livros infantis. A trilogia começa com O Continente, depois O Retrato e O Arquipélago. Só em relembrar já me deu vontade de ler de novo. Muito massa!
Quando quero ler alguma coisa no estilo comédia romântica, vou pro livros da Marian Keyes: Melancia, Férias!, Sushi, Casório?!, É Agora... ou Nunca, Los Angeles, Um Best Seller pra Chamar de Meu, Tem Alguém Aí? e o tal Cheio de Charme que saiu ano passado e eu ainda não li. O Texto dela me dá vontade de escrever e justamente por isso acho que é um dos que mais influencia o meu. Outra autora que vai na mesma linha é a Meg Cabot, curto bastante os seis livros da série A Mediadora. E sim, vou para o inferno dos intelectuais porque já li a série Diário de Princesa, que também é dela.
Pra tentar levantar minha moral outra vez, posso ir pro lado do jornalismo literário e dizer que o Rota 66 do Caco Barcellos e o Hiroshima do John Hersey também estão entre os tops da lista. No texto de jornal curto bastante o estilo do David Coimbra e, não à toa, meu TCC foi sobre ele, mais precisamente sobre A influência da literatura no texto jornalístico. Recomendo a reportagem especial do David sobre as FARC, foi nela que baseei minha análise (ó, falei bonito!). Dá pra ler no Blog dele, assim como as crônicas, que também alimentam a minha inspiração.
A música é outra que me atrai na literatura, os dois livros do Duca Leindecker (Cidadão Quem/Pouca Vogal) estão na fila do repeteco lá na estante de casa: A casa da esquina e A favor do vento. Juntamente com o Pra ser sincero e o Mapas do Acaso do Humberto Gessinger. Outro massa é Os insones, do Toni Belotto.
Minha mais recente fonte de cobiça é um livro que fala sobre aquela série que eu gosto, e que me proibi de falar o nome nas crônicas pra não ficar chato. É O guia oficial de House (ops, falei), do Ian Jackman. Também a ficção O vendedor de armas, do Hugh Laurie. Até ia comprar pela internet, mas, com a greve dos carteiros sabe-se lá quando eu os veria em casa.
Aliás, comprei uma agenda toda bacanuda pra 2012, pela internet. Comprei um dia antes de começar a paralisação nos correios. Ê sorte! Hoje recebi o link pra rastrear a compra e ... Ainda está em Porto Alegre. ¬¬. Espero que chegue antes de janeiro.
Era isso, té semana que vem com a Morte ao S (se eu lembrar). Pra embalar o findi curte aí um trecho do Cem anos de Solidão:
“Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo. Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores, dava a conhecer os novos inventos. Primeiro trouxeram o ímã. Um cigano corpulento, de barba rude e mãos de pardal, que se apresentou com o nome de Melquíades, fez uma truculenta demonstração pública daquilo que ele mesmo chamava de a oitava maravilha dos sábios alquimistas da Macedônia. Foi de casa em casa arrastando dois lingotes metálicos, e todo o mundo se espantou ao ver que os caldeirões, os tachos, as tenazes e os fogareiros caíam do lugar, e as madeiras estalavam com o desespero dos pregos e dos parafusos tentando se desencravar, e até os objetos perdidos há muito tempo apareciam onde mais tinham sido procurados, e se arrastavam em debandada turbulenta atrás dos ferros mágicos de Melquíades. "As coisas têm vida própria", apregoava o cigano com áspero sotaque, "tudo é questão de despertar a sua alma." José Arcadio Buendía, cuja desatada imaginação ia sempre mais longe que o engenho da natureza, e até mesmo além do milagre e da magia, pensou que era possível se servir daquela invenção inútil para desentranhar o ouro da terra. Melquíades, que era um homem honrado, preveniu-o: "Para isso não serve." Mas José Arcadio Buendía não acreditava, naquele tempo, na honradez dos ciganos, de modo que trocou o seu jumento e um rebanho de cabritos pelos dois lingotes imantados”
Crônica publicada dia 23/09/2001 na página 6 do jornal Diário de Notícias.
21.9.11
1/4 Novo, lembranças, esquecimentos e mais um pouco...
Por Carol Grechi
Como é difícil achar 1/4 novo pra descansar os pensamentos. Estou procurando um apartamento pra alugar, que seja perto do jornal, barato, só pra mim e que tenha pelo menos um fogão e uma geladeira dentro. Não tá fácil! Quando tem uma coisa não tem outra e quando tem a maioria dos itens, é longe (aí vou ter que sustentar a ACTU com meus R$ 5,60 diários... Eu hein). O porquê do “só pra mim”? Sei lá... Queria saber como é andar pelada pela casa. Rá – rá – rá, brincadeirinha. Não, na real queria ter um canto pra deixar meu teclado sempre a postos, o violão pertinho, o violino mais pertinho ainda... Fazer um som (nem que seja um som ruim pra caramba) na hora em que me der vontade. Ver minhas maratonas daquele seriado (prometi pra mim mesma que não usaria a palavra House outra vez nas crônicas pra não ficar chato) na hora em que desse na telha. E... Sei lá, no mais seria “brincar de casinha”, deixar ela bem bonitinha e poder chamar aquele canto de “meu”.
Inevitavelmente lembrei de quando fiquei um tempo morando na pacata cidade de Jacinto Machado. Não conhece a cidade? Apresento-lhe então, com um trecho de outra crônica que escrevi enquanto estava lá. Curte:
23/03/2011 - “Se eu achava que o Arroio era interior é porque eu não havia morado aqui ainda. Legal foi no feriado de carnaval, eu não almocei porque os dois únicos restaurantes do “centrinho” da cidade estavam fechados. Padarias tbm. Ao meio dia, uma hora, nada. Niente. Nothing. Pra casa comer bolacha com leite. Baita carnaval!!!
Funerária aqui tem bastante, e sempre de plantão. Tranquilo pra dar uma morridinha. Farmácia também, sempre tem uma aberta e sempre tem mais uma abrindo. Tem uma locadora com Lan House que deve ter pago as contas do mês só com as minhas contribuições quase diárias. Pra esquecer que estou sozinha e a km de alguém querido, pego filmes. Inclusive os que já vi. A Origem e Sherlock Holmes estão na lista do replay. A Lan House é reconfortante. Não porque falo com a mãe ou com o namorado, com ela falo por fone e vejo no findi, ele vejo na facul e no outro findi. A internet é mais pra sentir que ali eu conheço a área. Facebook, meu quase falecido Orkut, Twitter, Gmail, Hotmail, e a ronda de sempre nos sites do Dazaranha e do Pouca Vogal pra cuidar a agenda.
Ônibus é uma tristeza. Horários mais escassos do que cabelo na cabeça do Homer Simpson. Semana passada tive que pegar um ônibus pra Araranguá, pra depois pegar pra Criciúma, pra chegar mais cedo na facul. FUNÇÃO! Bota função nisso... (Se um dia eu passar na prova de carro da auto-escola eu compro um carro em 12345 vezes. Mas isso merece outra crônica)”
Ah, é mesmo... Esqueci de fazer outra crônica pra contar a saga da auto-escola. Esqueci também que na crônica da semana passada eu tinha dito que escreveria na próxima sobre “as histórias sem fim de quem a gente não conhece”. Pensei nisso quando passei na rodoviária. Enquanto espero o ônibus gosto de ficar imaginando pra onde irão e de onde vem as pessoas que também estão ali esperando. Por que estão indo pra lá e pra fazer o que... Na verdade não teria mais graça se eu soubesse mesmo. O legal é olhar aquela tia lá, sentada com as sacolas de mercado aos pés, e imaginar que o nome dela é Jurema (que nem aquela marca de ervilhas) e que ela acabou de ganhar na mega-sena e está andando de ônibus e com sacolas de mercado pra fingir que ainda é pobre. Tá certa a dona Jurema, vai que ela é seqüestrada né?
Ao lado dela tem um rapaz com fones de ouvido, casacão de couro e cabelo punk. Pra mim o nome dele é Astrogildo e ele está ouvindo uma coletânea com as 20 melhores da Kelly Key (se é que isso é musicalmente possível).
Lembrei de um cobrador que faz a linha dos amarelinhos. Ele parece o Tropeço da Família Adams. E está sempre triste. Tão triste que não consigo imaginar uma história bizarra pra ele.
Já que a crônica hoje ta toda revirada, com mais assuntos que reunião de clube de mães (ô mais falam!), também acabei de pensar se eu me encontraria fazendo cinema. Transformar todas as histórias sem fim das pessoas que eu não conheço em roteiros com fim e com histórias bizarras. Acho que meus filmes teriam dois acessos no Youtube, o meu e o da mãe.
Estou lembrando de várias coisas hoje enquanto escrevo a crônica. Hoje eu quero dizer ontem. Porque não vou fingir que estou escrevendo na quinta só porque você está lendo na quinta (oh não, agora vou pro inferno dos jornalistas!).
Lembrei que comecei a escrever uma história sobre uma banda chamada “Morte ao S”. Escrevi tudo sem a letra S. Quando chegar em “casa” hoje vou escrever mais um pouco (a idéia era virar um livro ¬¬) e semana que vem (se o chefe permitir tamanha liberdade) publico um pouco da Morte ao S aqui. Çe prepare pra ver a letra cedilha muitaç vezeç.
Era isso. A crônica de hoje não é uma história, mas também vai ficar meio sem fim. T + .
Crônica publicada dia 15/09/2001 na página 6 do jornal Diário de Notícias.
História sem fim
2.9.11
Paixonites
22 anos e já tenho vergonha do que eu fiz. Sim, estou lutando pros deuses do rock não me mandarem para o inferno quando descobrirem meu histórico de gosto musical.
Infância: Xuxa (a velhinha dos baixinhos), Eliana , Chiquititas, e o que ainda salva um pouco, Mamonas Assassinas.
Agora a coisa desanda de vez. Pré-adolescência: Rouge (ai meu Deus) com direito a coreografia, Broz, com direito a posters CD original (!!) e coreografia, Pedro e Thiago (lembra de quem são filhos?) além de uma pastosa combinação disso tudo com pagode, sertanejo e axé. Estou condenada.
Vou passar a eternidade sendo torturada com a Joelma em uma orelha e a culpada original, a Xuxa, na outra.
Depois de passar dias ao lado do rádio ouvindo repetidamente “sim, sim, sim, este amor é tão profundo, você é minha prometida eu vou gritar pra todo mundo” (rimar mundo com profundo, sem comentários) os hormônios do crescimento devem ter dado um tiro na orelha do meu gosto musical, porque conheci o rock gaúcho.
Ah, o famoso clichê “Rock Gaúcho”, que hoje já abrange tanta coisa que acabou ficando vago. Lá por 2003 encarnei nas seguintes bandas: Papas da Língua, quando o resto do Brasil ainda “não sabia” quem eram (sentiu o trocadilho com a “eu sei”?); as pirações da Cachorro Grande no Acústico MTV bandas gaúchas, que também trazia a sonzeira sambarock da extinta Ultramen, as letras engraçadas da Bidê ou Balde e a esquisitice cômica do Wander Wilder. Também encarnei em Nenhum de Nós, com direito a análise geométrica da camisa doidona do Thedy no DVD Acústico 2; além de também ter passado horas cantando a “ana banana” do TNT.
Agora deixei um parágrafo reservado para a resistência. Aqueles que dão voltas no meu ciclo de “encarnação musical” e sempre retornam. Cidadão Quem, Engenheiros do Hawaii, Pouca Vogal, Vera Loca, Pública, Acústicos e Valvulados e Dazaranha (ó, um catarinense no meio dos tchês!).
Eu ainda não parei pra tentar entender esse meu ciclo de fixação, tem períodos que ouço um CD (modo de dizer, ouço no mp3) repetidas vezes, por vários dias, ou semanas, meses... até encher, ou melhor, até estourar o saco. Aí do nada dá vontade de ouvir outra banda, ouço até dizer chega, vejo o DVD, leio os livros (como no caso do Duca Leindecker, meu mestre mor, da Cidadão Quem e agora Pouca Vogal), entro no site, vejo fotos, vídeos e o que mais exisitir, até dar um “estalo” e eu ficar afim de ouvir outra coisa.
De sons internacionais passei uma fase longa encarnada em Maná. Passou. Reconheço as músicas quando ouço, mas não tenho mais vontade de procurar pra ouvir. Passei pela fase Cold Play, que ainda resgato saudosa lá vez outra. Mais recentemente pela fase Keane, que ainda perambula pelo mp3. E ainda mais recentemente, coisa de um mês, estou ouvindo Hugh Laurie Blues Band.
Essa é a paixão da vez. O tal do Huhg Laurie é o protagonista do seriado House, e no momento tudo que tenha a ver com o seriado me atrai. Temporadas pra baixar, conhecer a história, os atores e... Lá estava o charmosão do Hugh lançando seu primeiro CD de blues. Baixei pela minha “quedinha” por ele, mas não consigo parar de ouvir. Até os ignorantes neurônios responsáveis pela tradução das letras parecem estar se multiplicando, de tanto que ouço já entendo o que ele está cantando, mesmo que não seja exatamente o que ele está dizendo. Hum? Não tem que ter explicação. Estou encarnada até os ossos no Hugh Laurie, no blues e no médico ranzinza que ele interpreta há sete anos. Ai, ai.
Cidadão Quem, Engenheiros, Pouca Vogal, e Dazaranha ainda estão ali no mp3, esperando a vez na fila do retorno, mas por enquanto nada. O da vez é o Hugh. Replay, replay e replay. Vai entender.
De Xuxa pra blues, será que os deuses do rock perdoam?