Por Carol Grechi
A mola na ponta da caneta acompanha as batidas do violão que
eu ouço no mp3. Sou eu tocando e cantando. Quer dizer, agora acabou a música e
o Duca Leindecker canta que suas lágrimas não caem mais, pois ele já se
transformou em pó.
Penso quando vou voltar a compor. Sinto falta da empolgação
e da caça pelas palavras certas. Mas quando penso que quero escrever, que tenho
que escrever, só me vem o silêncio. Como eu tenho fé na força do silêncio, é só
continuar esperando.
Ainda é dia, mas as luzes dos postes já estão acesas. O Sol
já vai dormir nesse entardecer frio de domingo.
Acabou a faculdade, acabou meu dinheiro, acabou o dia.
Enquanto a noite se espreguiça antes de começar, começo a pensar no que virá,
como pagar, onde morar.
Olho ao redor e vejo as pessoas descendo e subindo, indo e
vindo. Sobem com as mãos no bolso, dinheiro também, a lista das compras da vida
de alguém. Descem devagar, enquanto a escada rola, as mão ajeitam as sacolas, o
olhar desfocado sente a falta dos ex-trocados.
Café, panqueca, pastel, sanduíche ou pizza? Hoje o meu prato
é a folha em branco. Barata, não engorda e distrai um pouco.
Espero o meu amor. Não de uma maneira filosófica,
literalmente mesmo.
Acabou de chegar. Os olhos verdes que me mostram os caminhos da noite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário