20.12.11

Com Soantes


 05/02/2010

Os olhos de um deles tem cor de avelã
Penetram tão perto da mente da gente
Despindo os disfarces de um jeito indecente
Falando idiomas que os olhos entendem

Os olhos do cara que canta caseiro
Parece sorrir para o mundo inteiro
Acordes em cores que olhos não vêem
Nos pintam um quadro onde tudo está bem

Do tênis ao banco, do branco ao vermelho
Ouvi-lo nas noites de quente verão
Faz vê-lo em imagens que nunca virão
De um sonho qualquer, de um breve refrão

Os olhos de um deles tem cor de infinito
Tão claros, azuis, brilhantes, distantes
Presentes em par, ausentes de mal
Esferas de vidro, vidrante cristal

1berto, 2bertos, 3 bertos e bingo
Os números param, perdendo sentido
As luzes se perdem em peles tão claras
Dourados os fios que então pairam no ar

No sopro, no toque, batida e canção
Na voz que ecoa histórias de perto
Distante apenas dos pouco espertos
Que esperam sentados pela tradução

Em cores e letras, com muitos sinais
Conversam em música as poucas vogais
Em versos inversos, sem formas formais
O velho e o novo, ao lado e iguais

Com soantes, fechadas a sós
Simples de menos, estranhas de mais
Recriando e desatando alguns nós
Novos sons com suas poucas vogais.

Um comentário:

O Neto do Herculano disse...

Pouca vogal,
muitas consoantes.