Carol Grechi
Este verão que passou foi legal. Tardes bacanas, dias bonitos e quentes. Muito quentes. E nesses dias, pra quem mora ou veraneia no Arroio do Silva, a solução é um belo banho de mar, certo? Já que o Caverá (parque aquático) é meio que inalcançável para quem não tem carro (quem não tem levanta a mão! \o/), o negócio ir para o querido e gratuito Atlântico.
Pra não ficar de bobeira dentro d'água, que por sinal teve seus dias de caribe, verdinha e deliciosamente limpa, comprei uma prancha. Mas não essas grandonas de pessoas que sabem nadar e vão lá pro fundão, não, não, aquelas de isopor mesmo. Como a água estava morninha e limpinha, todo dia eu e meu pedaço de isopor amarelo, íamos rumo ao mar.
Acontece que quando a água fica morna assim, não só os humanos gostam de dar uma nadada. As queridas e cabeçudas águas-vivas (ou mãe d'água, como queiram) também adoram a água quentinha, e ficam meio bravas quando tem muita gente dividindo espaço com elas. Não sei quem é o predador da água-viva, mas acho que na outra encarnação eu devo ter sido um, porque neste verão elas resolveram acertar as contas com as minhas canelas.
No mês de fevereiro foram quatro queimaduras, e bem distribuídas, duas na perna direita e duas na esquerda. Era só começar a pensar o quanto a água estava boa, boiando na minha prancha, que uma meleca esponjosa passava queimando a minha pele. Eu, sempre bem educada com estas gosmeiras aquáticas em questão, mandava-as tomar na boca. Sendo que esta criatura possui a boca e o anus no mesmo lugar, como podemos ver no desenho ilustrativo (e educativo) acima.
A primeira vez foi a pior (epa). Saí mancando e praguejando aquelas bolhas marinhas cabeçudas e seus tentáculos cruéis. Quem me via apoiada no ombro do meu namorado até achava que eu tinha vindo da guerra, com um ferimento gravíssimo, pela cara de sofrimento que eu estava aparentando. Mas é que dói mesmo. Perguntamos pra um salva-vidas e ele disse pra lavar com água doce e passar vinagre. Ótimo, além da dor eu ia ficar fedendo a salada. Nas outras três vezes eu já sabia o que fazer, mas doeu do mesmo jeito.
Agora em março a água já está mais turva, o tempo ainda não decidiu se esfria ou esquenta e não tem mais aquele povaréu todo. Fui caminhar esses dias na praia, quase ninguém, só aqueles tufos marrons na areia, (que parecem cabelo) que eu acho que se desprendem da plataforma no Morro dos Conventos (que então deve estar ficando careca). Perto de um destes tufos, tinha uma água viva morta na areia (hehe). Passei por ela e não pude evitar um sorrisinho. =)
O mundo dá volta, queridas, inclusive na água.
4 comentários:
Alou 1/4! Se a gente cair de pau na água e ela morre vira o quê? Uma viva morta? Morta viva? Falta d'água? Seca?
Desconfio que as predadoras das águas vivas são as tartarugas,mas como nunca vi uma tartaruga no Arroio...
Putz! vira uma seca-morta...mas cuidado, podem perder o pau.. a água enquanto viva é muito violenta.. não perdoa nada.. nem madeiras..
Chicuts, sou uma tartaruga ninja!
am? am? sacô? ¬¬ ê sem graça.. aehauehuahea
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