Por Carol Grechi
A roupa caiu num estrondo quando o frágil varal capotou com o vento. Encaramos o frio pra resgatar as ferragens dobráveis envoltas numa confusão de toalhas e camisetas úmidas.
Os pratos prontos e o forno a gás se completaram tão bem quanto o vinho branco suave e a conversa.
Conversa. Entre as rajadas nervosas açoitando as paredes externas da casa, ouvia-se três vozes. Risadas, revelações, lágrimas invisíveis e um "boa noite" sussurrado.
A noite chorava quando dormimos e ainda estava manhosa entre as nuvens carregadas do amanhecer.
Andar na chuva e sorrir entre os tênis molhados e sombrinhas viradas pelo vento sul.
Lembranças de um último dia...
...E a certeza de que, no frio, os abraços de despedida doem mais.
3 comentários:
Deve ser culpa do frio. Desde que eu vim pra cá os teus abraços de despedida tem doido muito.
Daí agora veio uma poeira no meu olho...
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