Pronto, se eu estava esperando mais alguma coisa pra começar a relatar minha “estadia” em Jacinto Machado, agora não falta mais. Acabei de descer no ponto errado mais uma vez, voltando da faculdade. Da primeira vez desci uma quadra antes. Bateu aquele desespero imediato de não saber aonde eu tava nem se era longe da “casa”. A menina que desceu comigo me disse que era só uma quadra pra frente...
Mas hoje, sei lá porquê, desci umas 4 quadras antes. Sempre me oriento por um rapaz de camisa gola pólo e uma menina de cabelos cacheados que descem junto comigo. Se o rapaz for de camiseta pra aula ou a menina alisar o cabelo, tô ralada. Hj, não sei porquê, eu não lembrei deles e desci. Vi o ônibus indo, indo, indo e fondo parar bem lá na frente, onde eu desceria.
A minha voz da consciência disse: sua tansa! Presta mais atenção! Olha como tu desceu longe, e se te acontece alguma coisa? Não tem ninguém na rua, olha que longe...
Aí a voz da irreverência respondeu: Cala a boca, sua ranzinza! É logo ali na frente, hoje a noite ta agradável pra caminhar, pra movimentar essas pernocas nada finas pelo menos um pouco.. ó, já cheguei na casa, viu? Sua abobada...
A casa
Sim, estou numa pensão, alugando um quarto. É uma casa mesmo, quatro quartos, sala, cozinha, dois banheiros, garagem, área... enfim.. eu divido o quarto com uma moça, bem gente fina ela. A dona da casa tem um nome que termina com i e sempre antes de falar o nome dela tenho que cuidar pra não falar Drauci (Darci), o nome do personagem do Moriel.
“Meu” quarto é legal, bem grande, tem uma cama de casal pra mim e uma cama de solteiro pra outra moça. Tenho um armário pras minhas coisas e um bidê. Trouxe meus DVDs, livros, CDs, e fotos. Fiz um cantinho e coloquei tudo ali, onde colei um cartaz do Pouca Vogal (autografado pelo HG) e um do último show do Daza no Resumo. Ver isso na parede me conforta.
Até agora (já faz umas 3 semanas que estou aqui) não sei o nome das outras duas meninas que moram na casa. Só às vezes vejo uma delas, quando eu estou chegando ou saindo. Confesso que meu instinto é bem ostra (não de ser fedorenta, de ser fechada ¬¬) nesses casos. Quanto mais eu ficar na minha, no meu cantinho, com as minhas coisas, melhor. Até eu analisar a situação e ver como são as outras pessoas, não curto muito puxar assunto. Com a moça que divide o quarto comigo até que me senti bem, conversamos com uma naturalidade que me acalmou um pouco.
É, 21 anos e é a primeira vez em que saio de casa, de perto da mãe, do namorado, pra vir sozinha pra uma cidade que eu nunca vi na vida. Ah, sim... Porque eu vim pra Jacinto Machado? Estou trabalhando em uma rádio daqui. Uma oportunidade boa, ainda mais pra quem se forma em agosto e tem mais de millllll pra gastar nas funções de formatura... 13 de agosto. Faço 22 anos e me formo, que coisa!
A cidade
Se eu achava que o Arroio era interior é porque eu não havia morado aqui ainda. Legal foi no feriado de carnaval, eu não almocei porque os dois únicos restaurantes do “centrinho” da cidade estavam fechados. Padarias tbm. Ao meio dia, uma hora, nada. Niente. Nothing. Pra casa comer bolacha com leite. Baita carnaval!!!
Funerária aqui tem bastante, e sempre de plantão. Tranquilo pra dar uma morridinha. Farmácia também, sempre tem uma aberta e sempre tem mais uma abrindo. Tem uma locadora com lan house que deve ter pago as contas do mês só com as minhas contribuições quase diárias. Pra esquecer que estou sozinha e a kilômetros de alguém querido, pego filmes. Inclusive os que já vi. A Origem e Sherlock Holmes estão na lista do replay. A lan house é reconfortante. Não porque falo com a mãe ou namorado, com ela falo por fone e vejo no findi, ele vejo na facul e no outro findi. A internet é mais pra sentir que ali eu conheço a área. Facebook, meu quase falecido Orkut, twitter, gmail, Hotmail, e a ronda de sempre nos sites do dazaranha e do pouca vogal pra cuidar a agenda.
Ônibus é uma tristeza. Horários mais escassos do que cabelo na cabeça do Homer Simpson. Semana passada tive que pegar um ônibus pra Araranguá, pra depois pegar pra Criciúma, pra chegar mais cedo na facul. FUNÇÃO! Bota função nisso... (Se um dia eu passar na prova de carro da auto-escola eu compro um carro em 12345 vezes. Mas isso merece outro post)
A comida
Hoje o Watson e o Holmes (humm, o Robert Downey Jr ficou tão charmoso de Sherlock.. fiu fiu) teriam um caso a desvendar na geladeira da pensão. Sumiu uma bandeja de iogurtes! Ninguém sabe, ninguém viu... Nada nos lixos... Nenhum vestígio. O Ladrão da bebida láctea ainda está sendo procurado. Na geladeira, agora, de coisas minhas há... O catchup. O Nescau está em cima da mesa e acabei de tomar o resto do meu iogurte (epa!! Uma suspeita!!) de GARRAFA (ah bom) e do leite. Ah tenho três maçãs também, que ganhei da colega de quarto. Um pacote de bolacha salgada que a mãe deu e um pote de uns dois litros, cheio de granola, ou como diz a mãe, a minha ração pra pinto. Agora que me acostumei é gostoso de comer (to falando da granola!) e a minha alegria bobinha e solitária é revirar o pote com uma colher pra achar flocos grandes de várias coisas grudadinhas, ameixaxeca, castanha, etc.... Que coisa de gente que ta ficando louca né! Pois é..
Agora já é quase uma hora da matina, amanhã tenho que acordar às 6. Todo dia é isso, chego quase meia noite da facul (quando desço no lugar errado chego um pouco mais tarde né ¬¬) ainda vou comer, tomar água, ir no banheiro, pensar na morte da bezerra, etc... Vou dormir perto da 1h. Acordo às 6, dou um tapa no celular. Acordo às 6:15 e dou outro tapa no celular. Acordo às 6:20 e sei que agora não adianta nem eu dar uma surra no celular que não adianta, tenho mesmo que levantar.
A rádio é bem perto da casa. Tenho que estar no estúdio às 6:40. Fico lá até as 13:00. Antes eu almoçava num restaurante, mas eu tava falindo na primeira semana. Às vezes vai Miojo, às vezes a dona da casa me oferece almoço, às vezes vai na granola com iogurte... A anemia berra, mas por enquanto o bolso berra ainda mais alto. Pelo menos até receber o primeiro salário, depois os dois podem entrar em acordo.
Não estou passando fome, tá mãe! Ou algum parente que leia esse post/bíblia. É apenas a vida “nova” pegando no tranco.
Sinto falta de: Gregori, Mãe, Edi, Gui, Adri, Sogro, Sogra, shopping, cinema, America vídeo locadora, Angeloni, centenário, amarelinho barulhento, terminal central, Di pastellis, Atlântida, Jornal da Manhã, ver TV, dormir até tarde, amar o namorado, brigar com o namorado, almoçar fora depois das 13:00 (aqui isso nom ecxiste), Playstation, guitar hero, Praça Nereu Ramos, Calçadão de Araranguá, o som do mar no Arroio, a rua da minha casa, a casa da esquina com suas flores cheirosas (igual ao livro do Duca), o feijão da mãe, o carinho da mãe, as broncas da mãe (carinho e broncas continuam por telefone, o feijão não), minhas cachórras Nina e Kiara... sinto faltam também de tempo. O tempo climático e seco/abafado/desorientado de Criciúma, o bafão de Araranguá, o ventinho do Arroio... E o tempo do relógio. Tempo pra fazer as coisas.
Sim, tenho a tarde livre das 13:00 até as 16:00, depois banho, se arrumar e pegar o ônibus que sai daqui as 17:30 e chega na facul as 19:00. Quando vejo que já saio da rádio arrastando os pés e segurando o queixo pra ele não cair de tanto bocejar, me dou ao direito do soninho da tarde.
Acordo com o celular berrando e com o TCC me olhando.
1 h em ponto. Vou dormir. Em breve mais relatos.
Ou não. Vai depender dessa minha vontade repentina de escrever. Espero que ela volte.
Boa noite, bom dia... Daqui a pouco os galos cantam em Jacinto Machado.
(p.s. perdoem os erros que devem estar pelo texto, o sono tá pegando, não vejo mais nada. p.s.2. Obrigada ao Greg, o namorado mais lindão do mundo, que me emprestou a internet. Que por sinal pega incrivelmente bem aqui. 2G, óbvio.)
Um comentário:
Li todinho o teu texto rsrsrs
E como sempre me diverti, vidinha corrida hein?hehe
Ahh... vai lá na locadora/lan house e pega minhas mães e meu pai rsrs, é bom hdasudhsuadh
=)
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