30.5.08

Brasil de Jovens Leitores

Por Adrieli Cancelier

Não deu no jornal, mas segundo a Agência Brasil o maior número de leitores brasileiros está entre jovens e crianças. Mas o que será que nossos caríssimos companheiros da madrugada internáutica andam lendo por aí? Quadrinhos do Super-Homem? Revistas de fofocas? Resumo de Duas Caras?

Nada disso! Os nossos bons leitores, além de ¼ CHEIO de um monte de coisas, estão lendo os mais variados tipos de “bons livros”.

Paulo Coelho, segundo pesquisa realizada pelo Projeto Juventude e pelo Instituto Cidadania, ainda é o escritor mais procurado pelos jovens.

Era de se esperar. Obras como Veronika Decide Morrer e Onze Minutos costumam encantar até mesmo as mentes-jovens mais conservadoras ao misturar a realidade com uma dosezinha de sonhos e loucuras.

Paulo Coelho

O escritor não fez sua carreira apenas com seus livros conhecidos mundialmente. Paulo Coelho também escreveu músicas muito conhecidas na voz do nosso glorioso e lendário Raul Seixas, como Sociedade Alternativa e Tente Outra Vez.

Apesar de alguns assassinatos cometidos à língua portuguesa, Paulo Coelho recebeu vários prêmios nacionais e mundiais com suas obras. Sua última condecoração, em 2007, veio diretamente da ONU: Mensageiro da Paz.

Outras leituras...

Além de Paulo Coelho, outros reis da literatura são bastante conhecidos entre os jovens. Clássicos de José de Alencar e Machado de Assis também enchem as prateleiras de muitos quartos jovens. Mais atrás aparecem os livros de Dráuzio Varella e Lair Ribeiro.

Porém, dado divulgado pela Folha afirma que com um quilômetro de distância na frente de Paulo Coelho, o livro mais lido pelos brasileiros ainda é... A Bíblia! É isso mesmo! 43 milhões de pessoas já a leram e 45% destes costumam fazê-lo com freqüência.

E Depois?

A pesquisa aponta que esse interesse por clássicos literários dura, na maioria dos casos, apenas até o fim da fase escolar. Mas qual seria o real motivo, prezados leitores?

Talvez a falta de incentivo (ou de obrigação)... Ou talvez na falta de críticos que escrevam boas resenhas sobre as fabulosas obras - e é fato. É difícil escrever boas resenhas... Ou a preguiça.

Seja lá qual for a causa (ou as causas) quem sai ganhando é sempre aquele que não perde a mania. Quem lê conhece línguas, o impossível português e todos os seus derivados.

E se isso não servir, ler é tão grandioso quanto sonhar. A magia das palavras toma formas diferentes em cada cabeça.

¼ cheio de livros é um quarto cheio de sonhos. Sonhos são quartos cheios de histórias. Histórias são quartos cheios de jovens.


15 livros mais lidos em 2008 no Brasil

Uma Esperança de Paz (Sandy Tolan)




Santuário (Nora Roberts)




A Princesa Leal (Phillipa Gregory)





Harry Potter e as Relíquias da Morte (J.K. Rowling)





Trilogia da Magia (Nora Roberts)




Trilogia do Coração (Nora Roberts)




Trilogia dos Sonhos (Nora Roberts)




Mentirinhas Inocentes (Gemma Townley)




A Menina que Roubava Livros (Markus Zuzak)




A Cozinha Açafrão (Yasmin Crowther)




A Maré Rebelde (Alison Mcleay)




Honra Acima de Tudo (Eileen Goudge)




Segredos da Alma (Mônica de Castro)




A Sombra do Vento (Carlos Ruiz Zafón)





Uma Cama Para Três (Carmen Reid)

29.5.08

1/4 CHEIO de preguiça...

Por Caroline Grechi
Sete da manhã. Inverno. Frio milenar. Despertador tocando.

Toda criatura em sua infanto-juvenil vida escolar já passou por essa tortura imperdoável de estudar de manhã. Sentir o calor das cobertas te segurando fortemente na cama e você é claro, tentando lutar, mas não adianta é uma força quase que sobrenatural. Essa força arrasadora atende pelo nome de PREGUIÇA.
Não que os estudantes do período da tarde também não passem por isso, afinal, levantar-se do sofá depois do almoço, lutando contra o sono repentino, é quase que impossível. Mas vamos aos pobrezinhos do horário matutino.

Você ainda embolado nas cobertas tenta fingir que não está ouvindo o radio relógio berrando estridente, e imagina que o locutor da radio está dando gargalhadas maléficas no estúdio ao dar o play na “Dança do Creu” às 7 da manhã.
É claro que ele sabe que você esta aí fingindo dormir, na sua reconfortante cama macia e quente, enquanto ele está lá sozinho naquele estúdio congelante, e justamente por isso ele escolhe a musica que você mais odeia no mundo, sabendo que será um método de vingança bastante eficiente. E infelizmente (pra você) funciona. Mil vezes sair da cama a ouvir os “créus” enlouquecidos da velocidade cinco.

Passo número um: levantar as cobertas e sentir o frio atacar o seu indefeso e sonolento corpo.
Passo número dois: se mover (muito lentamente) em direção ao banheiro para encarar todas as coisas geladas que lá habitam.
Passo número três: Abrir a torneira e desejar de todo coração que a água saia quentinha, o que é lógico, não acontece. Então você corajosamente enfrenta aquele jorro gelado para lavar o rosto (ou fazer de conta, só lavando os olhos pra tirar a remela) e escovando os dentes.

Entramos agora na parte de indecisão diária relacionada às roupas. Ta muito frio, mas muito frio mesmo. Aquele casaco preto é bem quentinho, seria a escolha ideal se não te deixasse parecendo uma bola de boliche, preta e redondamente enorme.
A calça é aquela mesma de ontem, ou anteontem. Ou seja, a primeira que aparecer na sua frente.
A meia logicamente está no seu habitat, embaixo da cama, perto do tênis e da sua pantufa de Homer Simpson.
E após aqueles três segundos olhando pras roupas e sem coragem de tirar o pijama, você olha pro relógio e espera mais um minuto. Quando são 07h35min você, freneticamente, retira o pijama (amaldiçoando os cientistas que ainda não inventaram roupas pré-aquecidas) e põe seu traje de bola de boliche, pronto pra encarar mais um dia de aula.

Mas é claro que não é tão simples assim sair de casa, pois aí vem os resgates de última hora. Livro desaparecido, caderno que você pegou emprestado ontem e não faz nem idéia de onde esteja (tem prova amanhã, teu colega precisa dele pra estudar), apostila que você tentou ler e jogou em algum cantinho pra terminar depois, e o clássico CD com as fotos da turma que todos vêm te pedindo a mais ou menos um mês.

Depois de encontrados todos os itens, (não sejamos tão otimistas, quase todos, pois o CD realmente sumiu) sua mochila aparentemente normal (afinal o caos é na parte de dentro) e você saem porta a fora para encarar o vento cortante de mais uma manhã de inverno, em que mais uma vez você foi covardemente arrancado de sua cama quentinha e de ¼ Cheio de confortável preguiça..

8.5.08

Steel Festival é Heavy Metal em Criciúma

Por Adrieli Cancelier, Janaína Vieira e Rossy Mizeeski

Em uma região como o sul catarinense, quem iria imaginar um festival de Heavy Metal? Mas todo mês isso ocorre em Criciúma, maior município da região. No palco, bandas da região e algumas conhecidas nacionalmente mostram seus trabalhos para o público. Isso é o Steel Festival, uma idéia que surgiu em 1999, foi colocada em prática em agosto de 2003 e vem crescendo entre os adeptos.

Cabeleira e Guitarra

Willian Fernandes está entre este seleto grupo e hoje com 19 anos conta que sua vida escolar não foi das melhores. Desde que começou a perceber que seu intelecto era acima do normal, seus colegas começaram a discriminá-lo, Willian isolou-se do grupo.

Desde pequeno o garoto já simpatizava com o rock, mas a paixão pelo heavy metal só veio após o sentimento de ter sido excluído. A música, sem dúvida, o ajudou a expressar suas mais temidas emoções.

Mas não é só ele. Uma pesquisa realizada com jovens superdotados da universidade britânica apontou que o estilo mais popular entre eles é o rock e ainda os que mostram baixa auto-estima preferem heavy metal.

A onda chego ao Brasil com bandas conhecidas mundialmente como Iron Maiden e Metallica. Hoje podemos encontrar bandas de referencia no país como Krisiun, Angra e Sepultura, que foi criada em 1983 pelos irmãos Max e Iggor Cavalera e hoje é considerada a banda brasileira de maior repercussão no mundo.

Na região sul a banda Nekrós de Criciúma se destaca nos maiores festivais de heavy metal. A banda abriu o último Steel Festival, atraindo um público diferente do que se imagina encontrar.

Roupas pretas, camisetas de bandas, botas, maquiagens pesadas e muita organização. Mesmo sem seguranças, brigas e desentendimentos não se encontram por lá. A pontualidade ainda é uma características desse tipo de evento e o companheirismo toma conta.

A intenção do público é unicamente curtir o show e aproveitar o som pesado. Segundo Ivan, que faz parte da organização do festival, o público não foge muito do padrão: jovens metaleiros. Devido a pouca divulgação o público é quase sempre o mesmo, mas vem crescendo a cada evento graças aos convites de amigos e à curiosidade de conhecer essa cultura.


O Great Steel Festival

O Great Steel Festival surgiu em 2007, é uma versão amplificada do Steel Festival. Esse show não ocorre com a mesma freqüência do Steel, porém é muito aguardado pelo público adepto.

Nesse grande festival, 10 bandas mostram seus trabalhos, se intercalando em dois palcos, sendo que cada uma tem 40 minutos de show. As bandas são as mais variadas dentro desse estilo, algumas são conhecidas no cenário nacional.


O inicio

A Steel Records é uma loja que vende CD´s e artigos para o público metaleiro. "Ela foi a base para o surgimento do Steel Festival", explica coordenador do show, Ivan. Com o surgimento de adeptos a esse estilo na região, os proprietários da loja perceberam a necessidade de criar um festival que divulgasse o heavy metal e todas suas vertentes.


Em 1999 já havia alguns shows, porém não eram freqüentes e não tinham popularidade entre os jovens metaleiros. Então em agosto de 2003, foi realizado o primeiro Steel Festival, desde então ocorrem edições mensalmente, e o público cresce a cada show.


Entrem!!

Por Caroline Grechi

“Meu filho, que bagunça! Como tu consegues te achar no meio desta confusão? Nãão... Vá já dar um jeito neste quarto!”. Se você ao ler estas frases escutou a voz da sua mãe, bem-vindo a ¼ Cheio! Mas... O que seria ¼ cheio?


Aí está... Seria o SEU lugar, não compreendido por meros mortais do mundo exterior, cuja fronteira se localiza na porta do seu quarto. Pois você sabe onde está o carregador do seu celular, mesmo que ele esteja dentro do bolso do casaco preto que está embaixo da caixa de All Star (em que você guarda aqueles CDS sem capa) e ao lado do pijama que está quase ganhando vida e indo para o cesto de roupas sozinho.

Só você sabe que aquela prova com uma nota “10” bem grande está grudada com durex na parte de dentro do guarda roupa, enquanto aquela outra estampada com um “5” maior ainda já serviu de almoço pro cachorro há muito tempo. Se alguém perguntar por exemplo: "Rápido! Onde está sua ridícula (mas que você adora mesmo assim) meia amarelo-ovo, do Pateta? (Não que o Pateta lhe de intimidade quanto a seus ovos...)" Você, rápido como um raio, se move em direção a cama e ao se abaixar lá está ela no seu devido lugar; pé direito enrolado dentro do tênis e pé esquerdo repousando sobre sua velha havaiana. Viu só? Simples pra quem vive no seu mundo. Ou seja, só você.

Olhe agora para o seu querido quarto. Imagine-o completamente organizado. Mas COMPLETAMENTE organizado. Tudo. Nem uma coisinha pendendo para qualquer lado, tudo perfeito. Imaginou? Ok! Agora pode respirar novamente, já passou... Um pesadelo, não? Pois é! Sua mãe, pobrezinha, não entende isso. Se na tentativa de convencê-lo a arrumar o quarto ela alegar que você perde aproximadamente meia hora por dia procurando alguma coisa lá dentro, a única coisa que você pode dizer é que como qualquer outro mundo, o seu mundo também sofre mutações.

E nós, meros adolescentes, necessitamos de certo tempo para perceber que por um descuido guardamos a meia amarela ovos-do-Pateta na gaveta, e não embaixo da cama onde é seu lugar de origem. Tudo bem, você não é o único a cometer esses deslizes, ninguém é perfeito não é mesmo?...

¼ Cheio, ora bolas, não é só um quarto cheio. É o seu cantinho. Seu solo sagrado. Ta certo que alguns mínimos cuidados são necessários para deixar seu cantinho habitável. Restos de comida?nããão!! Comida em si não... Algum pacote de bolachinha ou de Chips tudo bem, mas nada que vá juntar insetos (até mesmo porque você não quer invasores no seu espaço). Ok, comida em decomposição NÃO.

Quantidade sufocante de papeis? Bom, recomenda-se tirar um dia (ou dois se a situação for crítica) para juntar todos esses papéis, ler um por um, amassar os inúteis, rasgar os inúteis-deprimentes, pensar o que fazer com os inúteis-importantes, e guardar os mais-ou-menos-inúteis e os realmente-importantes (de preferência na gaveta mais próxima).

Roupas que já estão se tornando parte da mobília? Realmente, esse caso já é mais complexo. Quando perceber que você só tem mais dois pares de meias enroladinhos e cheirosos dentro da gaveta, aí sim deve se preocupar em resgatar os outros pares (o que implica em uma vasta e meticulosa inspeção pelo subterrâneo da sua cama), para que o seu tênis não precise lhe criar bolhas nos pés nus em homenagem às meias desaparecidas. O mesmo se aplica às outras peças do seu singular vestuário. Não seria legal ser reconhecido na escola ou faculdade, por ser o dono de uma blusa de cor já indistinta e que parece ter sido retirada de um comercial de sabão em pó onde estrelava o papel, é claro, de mostruário de manchas.


Seguindo estas dicas (não todas de uma vez, é claro!!) o seu habitat seria no mínimo “passável” aos olhos externos e continuaria sendo a sua bagunça organizada de sempre. ¼ Cheio, aparentemente bagunçado, porém perfeitamente aceitável pra alguém que põe uma quantidade elevada de Nescau no leite, e que prefere desligar a TV no sábado a noite e escrever um texto quilométrico, a ter que assistir um programa humorístico tão engraçado quanto uma prova sobre os pensadores filósofos do século XVIII, ou XX, ou alguma outra combinação de letras xis'es, vê's e i's.


O papo ta bom, mas minha cama capenga me chama. Boa noite caros colegas de bagunça-adolescente-não-compreensível, e até o próximo “texto’ (por falta de outra definição no momento) da vida de um Ser habitante do mundo ¼ Cheio.

¼ Cheio®