24.7.08

É você

É incrível o que pode sair de mentes insanas e sonolentas no meio da noite.
Por Adrieli Cancelier e Tio Re

É você que guarda meu sono
Conhece meus sonhos
Descansa meus anseios
Alivia meus pesadelos
Às vezes te abraço e te beijo
Outras vezes te abraço e choro
Já falei pra minha mãe que te adoro
Encosto em você
Sinto-te macio
Dá-me um prazer
Quando te acaricio
Quando estou cansada
Não quero sair do seu lado
Não te divido com ninguém
E no sofá te quero também
Gosto tanto de ti
Mas às vezes prefiro com os dois
E quando me deito
Não quero deixar pra depois
Às vezes me arrependo
Por você não ter sido o 1º
É por isso que todas as noites te levo pra cama
Meu querido travesseiro.

13.7.08

Diário de Rock - Paranóicos Latentes

Quem sou eu? Caroline Grechi
Quando foi?
11/07
Onde eu me meti?
Bar Central – Araranguá - SC.
Pra fazer o quê? Assistir ao show das bandas Paranóicos Latentes e Jhonnye Walker
E eles são de onde?
Araranguá - SC






Diário de Rock – Start.


21:59 - Acabei de chegar, não conheço ninguém. (novidade... ¬¬)

Nenhuma das bandas chegou ainda. To ouvindo
Reino Funji no mp3...

Pareço uma jornalista roqueira \o/.

Sozinha, com mp3, chapéu tipo
Beto Bruno e escrevendo loucamente num bloquinho que descansa sobre uma toalha verde numa mesa de madeira.

Tem um guri que já está me olhando meio curioso/desconfiado. Ele veste uma camisa xadrez e usa All Star preto... Deve ser baterista, porque fica acompanhando a música ambiente com uma bateria imaginária... Se bem que até eu já estava batucando em baixo da mesa... ¬¬

Mas... será que aquele meu amigo da Internet vai me reconhecer?...Olhei bem pra todo mundo que chegou, mas não vi ninguém parecido...

Opa, movimentação... E o povo chega loucamente! Putz acho que to atrapalhando. To sentada sozinha numa mesa com lugar pra 5... Aí as pessoas entram, me vêem aqui escrevendo feito uma louca solitária e se afastam... Hahahaha... Rock’n roll isso!

Xi... O possível baterista fuma... Menos 10 pra ele... ¬¬

Ai. Chegou uma louquinha e parou do meu lado.

(visualização: mulher, cabelos pretos e curtos, aparentemente uns 40 anos, chinelo de dedo, calção – a noite está fria – e uma regata branca que deixa transparecer seus mamilos estrábicos... ¬¬).

22:17Paranóicos Latentes cantando no meu mp3ou9! \o/. Saí da mesa solitária e fui sentar em um banquinho perto do balcão.

22:21 – O retorno da louquinha. Entrou disfarçadamente (o garçom não viu) e parou ao meu lado de novo ¬¬. Eu ouvindo
Pública no mp3. A louquinha estática permanece a minha esquerda.

22:32 – Ainda ouvindo Pública. Um moço tomou meu lugar na mesa de madeira com toalha verde.

- Finalmente as 22:36 um rapaz ao meu lado puxou assunto e me enturmou. \o/ massa! (sem sinal da louquinha)

(Hummm... a batera do Paranóicos é baixinha.. vai dar pra enxergar o meu amigo da Internet..)

O meu substituto na mesa de toalha verde é solitário também, e é só sorrisos...

22:45 – O retorno da louquinha. Hahahaha.

Opa. Meu substituto da mesa chamou o garçom, os dois olharam pra mim e riram... ¬¬.

- Pública é a trilha oficial da noite! –

(menos 10 pro rapaz da mesa, ele também fuma ¬¬)

23:38 – CHEGARAM!




(Um grande parêntese)

Parei de escrever pra ver o show \o/ ... E percebi que tinha um moço ao meu lado filmando, mas parecia que o braço dele já estava cansando... Porque o freezer de cerveja aparecia mais na fita do que os meninos... =)

Então me ofereci para filmar, e ele permitiu. Registrei cenas legais do puro Rock’n roll!! As roupas no estilo Beatles eram perfeitas!


A backing vocal e bailarina, Jéssica Rose, se mostrou uma boneca inflável muito simpática, e encantou o público com seu talento musical e sua expressão facial delicada °o° .

O Show seguiu-se com “imprevistos já previstos”, como cordas arrebentando, cintas de guitarra caindo, e baquetas quebrando. Por falar em baquetas, meu amigo da Internet me reconheceu, o Juninho. Olha... Que coincidência, ele é baterista da banda! ¬¬

Após o show, pedi aos meninos que me dessem autógrafos.

Os primeiros autógrafos da Paranóicos Latentes foram para esta louca que vos escreve \o/.
Confesso que inicialmente houve uma certa relutância... Seguida por frases como: “Aaahh... Ehehehe... Não... Não... Capaz... É sério?... Nãão não... Não sei escrever... Hehehe” (¬¬).

Mas como insistência não me falta, o vocalista Paulo (26 anos), foi o primeiro a desenhar um “Carol! Um beijo! Paulo”.

O baterista Juninho (20) ficou fazendo doce. Depois rabiscou alguma coisa que ainda tento decifrar.

O guitarrista Assolan (17 anos, vulgo Lucas) se prontificou e lascou uma assinatura bonita \o/.

O baixista Artur (com seus 16 anos e suas looongas madeixas louras) me informou que não sabia escrever (¬¬ ahaaam, tá), então risquei seu dedo polegar com minha caneta Bic azul...
E carimbei sua digital no famoso Bloquinho do Rock. Porém mais tarde ele escreveu algumas palavras de muito bom gosto!

Conversando com o Paulo, vocalista, descobri que este foi o quinto show da banda, e que dia 19/07 eles vão para Porto Alegre gravar mais 3 músicas no Studio Rock, onde gravaram o primeiro single,“Boneca Inflável”, com a produção do Paulo Arcari e Márcio Petracco (ex integrantes do TNT).

Perguntei depois pro Lucas/Assolan como surgiu o nome da banda, e ele me disse:

“Bom, quando eu entrei a banda já tinha esse nome, mas achei um nome criativo e com um forte foco de atenção. O Paulo explicou que foi por causa de um livro que continha a biografia do cineasta Wood Allen, que ele vivia num manicômio e tal, fazia terapia em grupo, e tinha um time de vôlei... Não lembro bem, mas o nome do time era Paranóicos Latentes, então o Paulo decidiu pôr esse nome na banda. Estamos satisfeitos, porque na nossa opinião tem bem a cara do som que a gente faz”.


Algumas influências:
Rock gaúcho:
TNT, Cascavelletes e Cachorro Grande, a banda paranaense Faichecleres,
e Rock dos anos 60 e 70 com os
Beatles, Rolling Stones, The Who e Led Zeppelin.

Um baita som, esses Paranóicos Latentes! =)

Quer curtir o single? conheça a "Boneca Inflável" aqui:

www.myspace.com/paranoicoslatentess



De volta ao diário.

1:23 – (como será que vou chamar o táxi?...) O Paulo ta curtindo o show da
Jhonnye Walker, o Assolan de vez enquanto aparece, o Artur está sentado a minha direita só olhando o movimento, o Juninho sentado a minha frente usando meus joelhos como apoio para seus All Stars, e eu curtindo as figuras que adentram no recinto. Agora surgiram dois moicanos, um rapaz com dreads e um punk com cabelo indefinido.

1:36 – Joguei o resto da minha cerveja no lixo, e um Paranóico me informou que irei para o inferno dos bêbados, que é um deserto gigante sem um pingo de álcool. ¬¬³.

1:41 – O Paulo que havia saído, retorna com um cachecol, muito bonito por sinal. (amanhã,12/07, eles abrirão o show da Reação em Cadeia, em Criciúma, daí a preocupação "a mais" com a garganta).

2:08 – O Juninho devolveu meu bloquinho e minha caneta (ele havia roubado e guardado, pra que eu não escrevesse que ele foi convidado pra tocar guitarra em algumas musicas da Jhonnye Walker e mandou bem).

Daí pra frente as coisas de sempre.. Pessoas alegremente alcoolizadas dançando loucamente... Risadas e mais risadas... Movimentação pra guardar os instrumentos, e finalmente abandonar o mundo mágico do rock para voltar ao mundo real no dia seguinte...

Não sei mais que horas são – Encerrando por aqui a estréia do Diário de Rock. Agradeço a todos que me acompanharam até essa hora da madrugada, e sigo buscando a próxima banda/vítima.

Câmbio desligo.

4.7.08

¼ Cheio de barulho


Por Caroline Grechi

“Meu filho, por favor, abaixa esse som!! não consigo nem ouvir meu pensamento!”. Sim, pelo menos uma vez na sua adolescente vida musical você deve ter ouvido sua mãe delicadamente gritar alguma coisa parecida.

Pobres pais, não percebem que são desprovidos da capacidade de ser invadidos pela canção, quanto mais alto for o volume. Você sente a música fluindo dentro do seu corpo, como se fizesse parte daqueles montes de artérias e veias que aparecem nos livros de biologia (que estão perdidos em algum lugar do quarto a mais ou menos três meses).

A teoria adolescente de que quanto mais alto o som propagado maior o efeito de alegria proporcionado pelo mesmo, infelizmente não é bem recebida pelos habitantes do mundo exterior ao seu, ou seja, quem está nos outros cômodos da casa.

A música ajuda as pessoas a se concentrarem mais naquilo que estão fazendo, e a fazer com mais alegria! Pelo menos com você é assim, se a sua irmã não tem a capacidade de escrever uma mensagem de texto no celular ouvindo a voz retumbante do Humberto Gessinger se espalhando pela casa...

Fazer o quê, você é simplesmente mais inteligente do que ela, que mistura as coisas que ouve com o que estava escrevendo e depois vem brigar com você porque mandou um “pra ser sincero não espero de você, mais do que educação, beijo sem paixão...” pro namorado, e agora o guri ta perguntando se ela quer dar um tempo.
A música é o alimento da alma. Onde foi que você leu isso mesmo? Talvez em alguma frase de MSN... Mas enfim, quem escreveu isso tem total razão, sem música o mundo ficaria sem graça. A única maneira de você aceitar que o seu melhor amigo ouça funk no mp3 (!!) é imaginar que aquele barulho ritmado faz com que ele se sinta tão feliz quanto você, ao ouvir Engenheiros.

Isso é uma verdade absoluta, a única forma de não desvalorizar os outros estilos musicais é imaginar que sempre tem alguém que ficará feliz ao ouvir o tão excêntrico som pelo qual você não demonstra o mínimo interesse.

Uma boa maneira de se integrar ainda mais com a música é passando você mesmo a fazê-la! Siimm! Compre um violão (guitarra seria demais para os tímpanos da sua família, pelo menos por enquanto) e passe a perceber a música com outros olhos (ou ouvidos no caso).
Aprender a tocar violão sozinho não é tão difícil, nada que umas idas ao “Cifra Club” e um mínimo de força de vontade não resolvam. Ok, se você tiver alguns amigos que possam dar certas dicas, melhor ainda.

Só trate de deixar a cacofonia do seu aprendizado para você mesmo, não esqueça, você está aprendendo! Não vá levar o violão pra escola ou faculdade e pagar o mico do século...

Enfim você terá uma coisa a mais para distrair as idéias, uma coisa a mais ocupando espaço no quarto e um motivo a mais para ouvir reclamações dos seres do mundo exterior, dizendo que não conseguem compreender como você habita em ¼ ainda mais cheio de barulho.

Fazer festa ou pensar no futuro? Eis a questão...

Por Janaína Vieira

Talvez os mais velhos pensem: “Como é bom ser adolescente, queria ser um deles novamente para não me preocupar com muitas coisas, só estudar, fazer festas e dormir até tarde”.

Não vamos negar que alguns adolescentes só pensam em festas, namorar e dormir. Mas outros já têm muitos compromissos e estão pensando em seu e no futuro de sua família.

Camila Pizzoni – “Eu não vou às festas pra me divertir, vou para trabalhar”.

Shayder Bertan ­– “Muitos pensam que jogar futebol é moleza, mais estão enganados, pra ser um bom jogador tem que matar um leão por dia”.

Camila tem 19 anos, e trabalha como fotógrafa desde os 17. Hoje com a ajuda de sua mãe já conseguiu montar um estúdio fotográfico e tem seu próprio site, www.milapizzoni.com.br..

Mila tem uma vida agitada e cheia de compromissos como, fazer Books e editar as fotos, cobrir eventos, atualizar seu site e ainda estudar. Bastante coisa, não?

A jovem cursa jornalismo na Faculdade Satc e seu sonho é viajar pelo mundo visitando os mais lindos lugares e é claro, registrando tudo.Perguntei a ela se não é muita responsabilidade para uma pessoa só, e a resposta foi rápida e simples: “Não, já estou acostumada”.

Também fiquei curiosa se com todo esse trabalho ela não estaria deixando de aproveitar as festas e a companhia dos amigos, e ela me respondeu: “Amo fazer isso, e fazer o que se gosta não tem preço”...

Shayder tem 16 anos, joga futebol desde os 7, e para muitos é um exemplo de superação. Saiu de casa com 11 anos e foi morar no alojamento aonde treinava. Conversando com esta mera integrante “do quarto”, ele contou que no começo chorava todos os dias, mas hoje já está bastante acostumado a ficar longe da família.

Shayder sempre foi o destaque dos times onde jogou e já foi chamado para clubes importantes, como Grêmio, Internacional e Criciúma, porém preferiu não aceitar, pois seu objetivo é ir para o exterior. O jovem jogador agora está morando em Ilhota, a 112 km de Florianópolis, e vem para casa de sua família em Içara, a cada duas semanas.

Seu sonho de ultrapassar as fronteiras nacionais está bem próximo de ser realizado, pois sua viagem para a Itália está planejada para setembro. Shayder diz que pretende dar conforto para sua família e confessa que pensa neles a toda hora.

“A saudade sempre vai machucar, mas eu penso que um dia vou conseguir trazer a minha família para morar comigo”, completa o garoto.
A equipe de ¼ Cheio deseja toda a sorte do mundo para esses dois exemplos de jovens que planejam um futuro para si e correm atrás de seus sonhos, carregando tantas responsabilidades quanto os adultos. E lembramos aí pro pessoal que ser adolescente nem sempre é fácil, mas depois de termos alcançado nossos objetivos, todo esforço terá valido a pena!